GENTE QUE AJUDOU AO HERMENEGILDO
CRESCER
WILSON AZAMBUJA, ROBERTO ROTTA E NELSON VASQUES RODRIGUES
Num
momento de pródigo veraneio no costa atlântica,
onde se localiza o balneário do Hermenegildo, vamos
encontrar reminiscências documentadas que atestam
a evolução de tão pequenino núcleo,
criado nos fins do século XX, às margens de
um pequeno riacho saído das vertentes das areias
costeiras procurando o mar, aproveitando uma região
minúscula de verdejo, onde os combros ficavam mais
longe, proporcionando o estabelecimento de ranchos de palha
com taboas saídas do oceano.
Foi a ânsia de Atlântico que impulsionou o carioca
José Antõnio Fontes junto com a rochense Cecília
Amara Rocha, dentro de seu amor eterno, seguido, posteriormente
pela filha do casal, Itelvina e seu esposo, o português,
Joaquim Torino, em tão difícil empreitada.
Nas terras continuas de Hermenegildo Silva, onde havia uma
precária passagem no banhado entre a Mangueira e
o Salis, foi fincado esse reduto que, lendo-nos hoje, não
se acredita que as primeiras viagens para esse local tinham
a duração de um dia e mesmo em meio aos anos
40, em plena evolução da humanidade, recém
saída da trágica guerra de 39-45, ainda provocava
o vagaroso passar de cinco a seis horas, passando banhados,
arroio Chuí, e na parte final, a barreira terrível
das dunas costeiras.
Mesmo com tudo isso, o Hermenegildo foi se desenvolvendo
lentamente, transformando o período estival numa
perseguição de anseioque só terminavam
com a estada formidável do veraneio.
Numa edição do jornal LIBERAL datado de 23
de fevereiro de 1952, saiu uma crônica do poeta e
escritor Acy de Azevedo, consagrando uma grande conquista
de todos, a fundação da SOCIEDADE AMIGOS DA
PRAIA DO HERMENEGILDO.
Nos salões do Clube Recreio dos Veranistas, hoje
transformado em Hermenegildo Praia Clube, numa tarde calorosa
de sábado, reuniu-se um grupo de antigos veranistas,
jovens idealistas e porque, não, meninos que oprimidos
por seus pais, lá estiveram a contra gosto; assistindo
a fundação dessa entidade, a primeira em nosso
município e que vive até agora, graças
a persistência de muitos entusiastas habitantes e
veranistas destas plagas.
Daquele ato, vivos, encontram-se João Pinto de Oliveira,
descendente dos fundadores, Alaerte Lima, saído do
clã dos Limas que habitavam as cercanias do povoado,
local conhecido como, “os fora das areias” e
o autor desta crônica, pela imposição
de seu genitor.
A inspiração da formação dessa
sociedade veio do jovem tenente aviador Wilson Policarpo
de Azambuja, filho de Osman de Azambuja que atuando na capital
do estado, vislumbrou a possibilidade que, devido a pequenez
do núcleo, somente com uma entidade que lutasse para
o desenvolvimento do local, haveria um progresso maior.
Este moço entusiasmou a sociedade local e assim foi
criado o grupo que está exercendo seu trabalho profícuo
em prol da “Estação” quando sentiram
ser esta, a única maneira de progredir e chegar até
onde hoje está.
O nome de Wilson Policarpo de Azambuja está gravado
como patrono da estrada RS-333 que liga a BR471 à
beira mar. Este homem sempre esteve envolvido nos grandes
preitos para solucionar nossas necessidades, como o início
da demarcação de uma passagem nas areias,
a energia elétrica, água, luz, transporte
e tantas outras cousas.
O primeiro presidente da SAPH foi o generoso conterrâneo
Roberto Rotta, saído de uma das famílias mais
importantes que veraneava ali, que foi a de Pedro Rotta,
símbolo de progresso, riqueza e que por ser um clã
de posses e de muita gente, transformava a vida social do
reduto de Wenceslau Rocha num ponto de progresso e alegria.
Quando o grande potentado transmudou-se para a Barra do
Chuí, Roberto ficou entre nós e foi um ponto
referencial com seu dinamismo, suas posses e um Jeep que
servia à toda a comunidade principalmente em momento
de aflição por doenças, que os chás
silvestres não podiam curar.
Infelizmente Roberto Rotta teve uma vida breve mas deixou
um marco a entusiasmar moradores que serviram este rincão,
e que são muitos.
Finalmente, Nelson Vasques Rodrigues, tabelião da
comarca, grande amante do Hermenegildo, cujo deslocamento
semanal o fazia, desde a sexta-feira para voltar na segunda,
como a maioria o fazia com seu Sulky, puxado pelos cavalos
“Mala Cara e o Baio”, dando “caronas”
trazendo encomendas e notícias, para todos os que
o procurava.
Foi Nelson, o segundo comandante da entidade e por muitos
anos, soube pedir, arregimentar, mas, sobretudo, sonhar
com uma praia que tivesse tudo o que as outras comunidades
possuíam e hoje, sentiria, junto com todos os demais,
que o sonho e a esperança surgiram, como por encanto,
talvez do fundo do mar, para dar-nos esta situação.
A SOCIEDADE AMIGOS DA PRAIA DO HERMENEGILDO, como todas
as sociedades, passaram por altos e baixos, mas a cada conquista,
como esta última de 2008, ou seja a instalação
de um posto do Banrisul, que graças aos esforços
desse entidade a nível estadual, na área política
e o entusiasmo do novo gerente Jâneo Bonés
recém chegado em nosso município, funciona
a todo o vapor, dando-nos a segurança, em especial
dos veranistas de outras localidades do estado do Rio Grande
do Sul, na movimentação financeira. Foi uma
solicitação da população do
Hermenegildo apresentada numa pesquisa que a senhora Heloisa
Moreira em seu trabalho de conclusão do curso de
Turismo na UCPel nos meses de agosto e setembro.
No dia 26 de janeiro, às 21 horas, nos salões
do clube local, haverá uma eleição
para a renovação da diretoria da SAPH, quando
Airton Pereira passará o comando a quem for da confiança
dos moradores e veranistas do balneário.
Estejamos lá para apoiar esta associação
que desde 1952 está a frente dos anseios de uma comunidade
, fazendo jus a pujança dos homens da localidade
e rememorando , WILSON POLICARPO DE AZAMBUJA, ROBERTO ROTTA
E NELSON VASQUES RODRIGUES que foram os primeiros dirigentes
desta instituição que, enquanto existir, lutará
pelos maiores interesses, sendo perpetuados como “GENTE
QUE AJUDOU AO HERMENEGILDO A CRESCER”.
|