O
Momento das Comunicações – Correio,
Telégrafo e Telefone
Nossa comunidade sempre se viu, pela posição
geográfica, isolada em transporte rápido e
seguro. Tração animal e embarcações
eram as primitivas formas de locomoção e por
isso mesmo, era um entrave em nosso progresso.
Por essa razão, desde o século XIX, foi uma
luta insana para as lideranças da terra, colocarem
ao nosso serviço, uma forma moderna e, sobretudo,
rápida para que pudéssemos estar ligados a
outros pontos do exterior.
O correio foi a primeira fórmula achada para essa
comunicação, pois, o próprio imperador
Pedro II, empenhava-se exaustivamente para dotar o país
de ótima ligação entre as gentes, inclusive,
criando o primeiro selo, conhecido como “olho de boi”,
mercê a sua figura parecida com a parte do animal
e mais ainda, queria o nosso grande mandatário, dotar
os mais longínquos rincões de contato, e Santa
Vitória do Palmar é o ponto extremo sul.
Esta entidade começou fazendo ligações
de correspondências através de embarcações
e diligências, únicos veículos de transporte,
tendo em 1873, na data de sua criação, como
gerente, o Sr. Procópio de Mello.
Mais tarde, em 1890, o telégrafo fez-se representar
instantâneo, com uma linha da cidade até o
Rio Grande e outra, com o Chuy, no Uruguai e daí,
ligado via cabo submarino, desde o posto de Western and
Brazilian Telegraph Company, conhecido como Casa de Ferro,
onde hoje está a Barra Uruguaia, com todo o mundo.
Grande progresso em comunicação!
E finalmente o telefone, já no alvorecer da era XX,
mais precisamente 1900, Jaime Rosa fazia a primeira ligação,
desde o porto de Santa Vitória do Palmar, até
esta cidade.
Velhos aparelhos faziam comunicação desde
a sede até pontos, entre o já citado e mais
o do Chui, Barra do Chui, Hermenegildo, São Miguel,
Provedores, Arvore Só e ainda Curral Alto, que passou
a ser atendido por uma linha conjugada a rede do telégrafo
já citada.
Poucos telefones de parede e alguns mais sofisticados,
de mesa, um grande luxo, que pertenciam a Companhia Telefônica
Vitoriense.
Recordo-me menino, na década de 40, das atendentes
dos postos telefônicos, sendo que o da cidade era,
onde hoje é a casa da família Mendonça
Rodrigues, na Rua João de Oliveira Rodrigues, numa
peça contígua à residência de
Laureana Correa, com as senhoras Lucila Mendes, Solaide,
Olídia, sempre em companhia da menina Eva. Na Canoa
era famosa a da Macedônia , na Barra do Chui, Clara
Pinto e Maria Antônia, na então Vila do Chui.
A rede era composta de vários fios de arame, seguros
em postes pretos de ferro e cuidados por Silvio Nunes, tendo
como ajudante, o irmão da Eva, o Adão, que
tinha como final propósito, “desencostar os
fios”, com uma enorme vara de cana de taquara, recorrendo
as três ou quatro ruas centrais, abastecidas por tão
importante recurso tecnológico.
Finalizando, relembro a Dionísia Pires, no Balneário
do Hermenegildo, onde as dificuldades da comunicação
eram maiores, porque as linhas, ao passarem o areal , as
vezes ficavam soterradas e era necessário o concurso
de amigos, capitaneados pelo funcionário Serafim
Pires para desenterrarem a rede e assim poderem continuar
o serviço tão necessário.
Para fazer-se a ligação dos telefones, era
preciso chamar a central e daí era colocada no ar
a chamada, através de uma aparelhagem que se localizava
na antiga casa do peixe.
Ainda hoje, soam em meus ouvidos, os chamados constantes
de Alô centro...Alô centro... que saiam dos
poucos telefones e eram transformados em ligações,
pela s mãos atentas da Salaide e Olívia, na
cidade e da minha querida Dionísia, desde o Hermenegildo,
num contochão misturado com o bramir do mar, num
alô centro...alô centro, que a saudade faz que
não se apague no tempo.
Resposta da pergunta:
· Quem foi Alcides Maia? O que estava fazendo aqui
e em que ano? ALCIDES MAIA , gaúcho membro da Academia
Brasileira de Letras, irmão do juiz de direito Djalma
Maia, que aqui veio, a seu convite para fazer uma palestra
no Theatro Ariel, sobre Literatura Regional (1926).
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Rua 13 de maio (Barão
do Rio Branco), vendo-se os postes de ferro preto
e sua fiação.
Antigo Hotel Manuel Auch, depois, Bar Tabajara, vendo-se
na frente o “Poste de ferro” com a rede
do telefone. |
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Interior do correio, também
na rua 13 |
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entrada para a Conferência |
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