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UM DOS JOGOS MAIS EMOCIONANTES QUE SANTA VITÓRIA DO PALMAR ASSISTIU
Rio Branco 4-Vitoriense3

O futebol é o esporte que mais atrai multidões em todo o planeta e arregimenta as diversas camadas da comunidade num congraçamento entre todas as gentes que convivem relativamente perto.
Desde os primeiros anos de nossa formação local, esse jogo sempre tinha adeptos, que além de existirem campos vazios nas proximidades da cidade, possuidora de poucas ruas, o mesmo era barato, pois, começava sempre com os “chutes” em vários obstáculos que a gurizada de “pé no chão”, ia atingindo qualquer cousa que lhe vinha pela frente.
Depois, aparecia a bola de pano, restos de uma meia velha e alguns trapos que não mais serviam ao uso diário e que pacientemente era arredondado pela vovó ou titia, já que naquele tempo, os momentos de repouso eram intermináveis e ai confeccionava-se esse precioso objeto de jogar.
Mais tarde vinha a esfera de couro. Para os moleques começando a de n°1 até a desejada 5 já em campos oficiais. Era o grande momento em que o indivíduo superava os seus limites do largo arremessar, passar ou driblar,cujo ápice extremo tornava-se o instante do gol, aliás, razão total desses encontros divididos que se chamavam, “a partida”.
Hoje o futebol no interior do Brasil e do mundo todo, começou a definhar por alguns grandes motivos que transformaram o hábito dos amantes do esporte bretão, sendo a seguir: os “campinhos” que cada vez mais se afastam dos limites das cidades; pelas limitações que os centros de esportes, com suas canchas cobertas e treinadores rigorosos no seguimento de uma doutrina física de jogo impõem. Perdeu-se a espontaneidade das ações da garotada dentro dos rígidos esquemas; mas as mais terríveis pressões que terminaram com o Futebol nas regiões pequenas, principalmente foram, pela ordem, o radinho a pilha e mais tarde, a televisão. No primeiro caso,
os minúsculos receptores jamais se separaram do espectador em campo, atraindo mais a atenção as partidas dos centros maiores, como a Capital do Estado, São Paulo, Rio de Janeiro, etc, e depois,o vídeo que fez com que o torcedor ficasse na comodidade de seu lar,pela tv, assistindo o clube de coração fora do meio em que vive.
A situação exposta é irreversível e com o passar do tempo, as melhorias nas comunicações estarão exterminando com os times locais como estamos, dolorosamente, assistindo o fechamento de tantos.
Mas, antes que finde em nossa memória as passagens delirantes de “Um Grande Futebol”, relembro a data símbolo para os torcedores do E. C. Rio Branco, de 12 de agosto de 1951, quando no encontro de encerramento do primeiro turno do campeonato desse ano, travou-se o clássico entre o tricolor com o adversário maior que era o E. C. Vitoriense,o decano das associações futebolísticas locais.
Ao findar o primeiro tempo, o esquadrão verde-negro já vencia por três a zero, lá no campo da Coxilha, fazendo com que os seguidores do clube das três cores perdessem a esperança de tão almejada vitória.
Os seguidores do veterano estavam eufóricos com seu grande esquadrão e a “turma do altar”, local da escadaria do pavilhão onde os homens costumavam postar-se, sendo que os contrários ficavam na parte de recuado do abrigo, desolados.
No segundo tempo do jogo os valorosos cracks do Leão da Coxilha superando todos os tipos de adversidades, com três gols de Alfredo e um de Mario Maragalhoni, conseguiram virar o placar 4x3 colocando-os em vantagem para a partida final, onde o mesmo time saiu vitorioso com resultado de 6x1.
Foram momentos de grande alegria para os rio-branquistas e de tristezas para os contrários que amargaram essa derrota que parecia impossível de acontecer.
Festas na cidade com desfiles pelas ruas e como era o costume, um grande foguetório, principalmente na entrada e saída do cinema Independência desde a primeira até a última sessão.
Eram momentos mágicos as pugnas de tão briosos rivais que se preparavam todos os anos para deter o galhardão de Campeão da Cidade.
Sempre pulsava uma esperança que ardia nos corações da nossa comunidade detentora de grandes jogadores, melhores quadros e uma grande vontade de vencer e perpetuar suas insígnias que hoje, infelizmente, tendem a desaparecer.
Como dizia o arqueiro do passado Nelson Vasques Rodrigues numa frase expelida solenemente:
Grandes times de uma pequena Aldeia.

 

Esporte Clube Rio Branco 12.08.1951

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br