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Os primeiros nomes geográficos em nossa zona

Esta terra, passada do Prata do norte do Brasil, conhecida como Campos Neutrais, estabelecidos pelo Tratado de Santo Ildefonso de 1777, recebeu muitos nomes em diversas localidades, primeiro de origem índia, e posteriormente, com os da cultura ibérica.
Vamos iniciar com os toponímios, colocados pelos primitivos habitantes dessa gleba, que foram os "Homens dos Cerritos" - Charruas, Minuanos e Arachãs, principalmente, além de outros que vêm dos Quíchuas, Guaranis e até dos longínquos Tupis.

Jerivaçu- primeiro nome de nossa terra e que significa "terra de muitas palmeiras", ou seja, jerivá - "palmeira" e o sufixo açu - "muitas, bastante, forte" etc.
A esta palavra depois foi acrescentado o prefixo tuba, que se refere a local, por isso Jeribatuba. No entanto, hoje, lá na região leste existe um local com o mesmo nome e que se refere ao nosso território, chamado Geribatu, pois, na língua portuguesa e espanhola o v é pronunciado como b. De toda sorte, assim dizíamos o nome destas plagas, mas que corretamente deveria ser Jerivaçu.
Taim- denominação do banhado ao norte que faz divisa com o Rio Grande e onde hoje esta assentada a Estação Ecológica do Taim e cujo significado, que pode ser tupi, quer dizer "arroio das pedras" (também Itaim) ou "arroio das formigas" (Tari).
Este curso fluvial servia para o desaguadouro das lagoas, Flores e Caiubá, na Mirim. Mas na madrugada de 14 de novembro de 1878, devido a um colossal temporal, o lugar foi aterrado, tendo suas águas se espalhado e formado o banhado de mesmo nome.
Mirim- denominação que se refere a maior lagoa localizada ao oeste de nosso território. Está dividida desde 1909-1910 com os uruguaios, pelo Tratado de Petrópolis, feito sob a orientação do ministro das Relações Exteriores, José Maria da Silva Paranho Júnior, um dos mais importantes nomes da diplomacia brasileira, e que deu uma parte dessa grande massa líquida para os nossos vizinhos, em comodato, possibilitando-lhes de usufruir a foz dos rios que nela desembocam, pois, pelo tratado de 1855, toda a área era nossa. Também complementando esse assunto, referimo-nos ao fato de que demos a navegação pelo Rio São Gonçalo, fazendo com que os barcos orientais pudessem se deslocar pela laguna dos Patos e chegar até o porto marítimo gaúcho.
Seu nome é mirim ou miri, que quer dizer "pequena", quando comparada à maior do Brasil (Patos).
Chuí- este é o marco mais conhecido na geografia santa-vitoriense, pois faz fronteira sul com Uruguai e é o nosso ponto extremo sul da Pátria, distante mais ou menos três km de sua foz, não se sabendo se está em território daqui ou do município do Chuí. Isto somente será resolvido quando o Serviço Cartográfico do Exército der o veredito final, após uma demarcação oficial. Possui o Arroio Chuí a condição de ser também o limite sul do litoral brasileiro. Esclarecemos isto para evitar confusões que são comuns, inclusive para os estudiosos de nossa geografia.
Existem muitos vocábulos de distintas origens, inclusive "quíchuas ardinos'' e que se refere ao termo Chuí, que quer dizer "arroio vagaroso", "das tartarugas", ou também, entre os mais aceitos, de "xuéu" ou "xueú", que seria o canto de dois pássaros muito comuns entre nós (é só prestar atenção no seu trinar, que diz: chuí.... chuí...): o pintassilgo e o cardeal.
Nas expressões portuguesas ou espanholas temos:
Albardão- graças à nossa topografia, com uma lombada que se estende de norte a sul, com quedas para o leste e oeste, parecendo uma albarda, isto é, "lombilho", que por ser grande foi chamada principalmente pelos lusitanos de "albardão" (albarda grande).
Mangueira, Passo Fundo, Curral de Mato, de Arroios, Alto, Grande- demonstram as passagens do gado que saia dos seus campos do Prata em direção às terras de Sorocaba, para depois se dirigirem à região norte, onde os Bandeirantes haviam descoberto minerais preciosos em meados do século XVII.
Ainda temos as lagoas Embira (nome de uma árvore ), Pacheco e Silveira, dados por habitantes proprietários na região e outros que serão tema de novas crônicas.
Aqui estão relatos dos nomes que caracterizam, para sempre, a nomenclatura desta região, cravados na cultura desta gente que vive nas bonitas plagas "mais ao sul do Brasil".

Palmeiras na zona de Curral de Arroios

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Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br