Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

Nosso 1º Transporte Coletivo Por Terra


Nos fins século XLX e num quarto do século XX, éramos servidos por transporte coletivo feito pelas diligências, tão em moda nas conquistas do interior, antes da vinda dos trens e automóveis, mesmo, nas estações balneárias e a fronteira, quando eram ligados por esses carros que transportavam varias pessoas e movimentadas por tração cavalar.

Viagens duríssimas pelos maus caminhos, anteparados de arroios e banhados e o que muito mais difícil, pelo tempo que levavam, obrigando os transeuntes a penosas estadas em paradas, onde eram muito bem recebidos, mas de precárias acomodações, já que no inverno, o frio e o barro, dificultavam a passagem e no verão, o calor e a poeira, desagradavam àqueles heróicos conterrâneos que se deslocavam a maiores distâncias. Era a maneira de ir e vir!

Santa Vitória do Palmar possuía serviços de “diligências” que se aventuravam em viagens “para dentro” , como se dizia então/ e que no possível, sempre foram regulares, embora, nem sempre possuíam horário de chegada. Ao Arroito, em dois dias, Chuí, em um e na Quinta, no Rio Grande fazia-se em três ou quatro. O usuário, pela necessidade de locomoção, já se acostumara a tão incômoda peregrinação, muitas das vezes, com segurança precária, tanto nos acidentes, como nos assaltos e mais do que isso, pela violência da época, nas tentativas de assassinatos que não eram raras. Os funcionários das “diligências” , como seus funcionários, estavam prevenidos diante dos rigores do recorrido.

Três linhas regulares se destacavam no final de 1800 e nos primeiros trinta anos de 1900 e que serviram à comunidade, até a chegada das rotas constantes feitas pelos automóveis por dentro e pela orla do mar, numa passagem muito mais rápida. Estas serviram muito, mas também, foram motivos de severas queixas dos usuários, principalmente, pela demora de trânsito e a qualidade dos carros e o estado dos animais que variavam de seis a oito, inclusive de reservas, mas que ajudaram e como, a uma população tão carente, de transporte, isolada e as principais foram, como atesta um “reclame” no Jornal República, de 1910:

n Diligência Nova Victória—

Saídas 4—14—24—de cada mês da cidade
Volta do Arroito –10—20 e 30
De Lúcio Barrios

Diligência Comercial


Saídas de Santa Victória do Palmar –5—15—25
Saídas de Rio Grande ---10—20—30
De Maioral, Manoel Cunha.

Mensageira Uruguaya

Partida de Santa Vitória do Palmar –10—20—30
Partida da Quinta –5—15 e 25

Maioral e proprietário Quintino de Souza Machado

OBS. O tempo de viagem desta última era de três a quatro dias e as paradas para o pernoite eram na casa de Carlos Grande, na Árvore Só, Joca Miranda em Curral Alto e na capilha, provavelmente na casa comercial de Pedro
Cesare.

Assim foi o relato destas “linhas” de carros coletivos que tanto servirem na ligação com a terra e mesmo, Rio Grande, sem falar no Chui e que, além de transportar pessoas, também, dedicava-se ao transbordo de mercadorias e o Correio.
Penosas viagens que nossa gente já estava acostumada e que além, das carretas demoradas e os barcos pela Mirim, foi-se moldando até o momento em que o motor desbanca-os e onde ficamos esperando o trem de ferro que iria colocar-nos em segurança, nas mais importantes praças e que somente depois da Br-471, asfaltada, deixou-nos dentro do habitah seguro da nacionalidade e do exterior.

Propaganda do Jornal República de 1910


Pergunta da semana: A quem se referia a expressão usada nas décadas de 20 e 30--- Zambica do banhado?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br