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Dra. Nazir Vasques Cava – a representante da terra dos Verdes Palmares

Não são todas as comunidades que podem orgulhar-se de possuir, em seu seio, uma figura da estirpe da médica Dra. NAZIR VASQUES CAVA.
A Azonasul, entidade que congrega os municípios da zona sul do Estado, ao comemorar seus 40 anos de fundação e o Diário Popular, da cidade de Pelotas, ao ver passar 114 de fundação, fizeram uma festa onde reuniram personalidades do Brasil e do Rio Grande do Sul, para registrar tão importante acontecimento que glorifica a gente, em especial, da zona meridional da Pátria.
Além das mais representativas personalidades da esfera política, comercial, cultural, quiseram os organizadores de tão importante evento, prestar homenagens à pessoas que, sendo indicadas pelos Executivos Municipais de suas comunidades, fossem a marca da sociedade em que vivem.
O prefeito municipal, na figura do bel. Altiéres de Carvalho, houve por bem, indicar a pediatria conterrânea, Dra Nazir, para servir de representante de nossa terra a demonstrar a gratidão que esta gente sempre depositou nessa figura inesquecível do trabalho médico, desde os inícios de 40.
Uma das primeiras mulheres formadas em medicina pela importante Faculdade de Medicina da capital do Estado e que hoje, está transformada no complexo que muito nos orgulha, e que nada mais é que uma parte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Mocinha ainda, começa a traquinar as ruas da cidade que a viu nascer, em busca de alívio para os seus males. Não tinha hora para exercer sua profissão e contou para isso com o apoio do bel. Francisco Cava, que sempre soube respeitar a faina da esposa e onde muitas vezes, acompanhada pela sua fiel TIDE, varava madrugadas de chuva ou frio para levar, com segurança, a esperança de uma cura ou ainda, pra fazer sentir sua presença onde em muitas ocasiões, nada mais era, do que ânsias de jovens mães, inquietas ou desesperadas, pela agonia de seus pequenos rebentos.
Dra. Nazir, também, gerou um casal de filhos, o Gilberto e a Maria Tereza que seguiram os passos da família, na retidão, e no estudo e aptidão profissional que exercem.
Dra. Nazir sempre esteve presente nos momentos dificies em que as mães passaram, na condição de cuidar das almas infantis, como atestava a galeria de seu consultório, onde rostinhos, que hoje, em grande maioria, poderão estar lendo esta crônica de regozijo pelo destaque da querida médica. Seu local de trabalho sempre recebeu de portas abertas, todos os membros desta aldeia que, de tanto isolamento, muitas ocasiões, parecia que os problemas eram maiores do que estavam colocados, mas ela sempre fazia aquele “algo mais”, que somente figuras com suas virtudes, poderiam provocar.
Numa oportunidade, quando esta terra esteve sob o tacão de uma virulenta ditadura militar, onde a medicina é impotente para debelar os males causados por ela, Dra. Nazir, viu-se acusada de omissão de socorro, fato que não aconteceu, tendo como testemunha, um punhado de mães presentes ao consultório e foi presa pelas representantes do poder discriminatório e teve que ir para a cadeia, expiar uma culpa que não tinha e graças a intervenção das freiras da Escola São Carlos, não dormiu no xadrez, como uma criminosa qualquer, mas, mesmo assim, ficou numa cela das religiosas, com um guarda da Brigada Militar e como disse em outra crônica, talvez, que esse mesmo cidadão fardado, sentiu-se constrangido em cumprir a injusta e intempestiva ordem militar. Pode ser que o mesmo, haja tido um filho atendido diligentemente por essa querida doutora. A Justiça lhe fez Justiça! E o povo de Santa Vitória do Palmar, o quê manifestou? Durante a noite trágica posto-se em volta da Escola e durante a manhã, esteve em frente ao fórum local de onde, o Juiz de Direito, revogou tão brutal atitude.
Onde estão os algozes? Mas a Dra. Nazir continuou sua tarefa de curar corpinhos desvalidos e ainda hoje, na entrada dos belos anos de uma velhice recompensada, assiste sua gente dar-lhe a gloriosa oportunidade de representá-la com tanta dedicação, mas principalmente, com AMOR.
Obrigado Dra. Nazir Vasques Cava! Sempre seremos eternamente agradecidos por tudo o que fez e ainda continuará fazendo e é por isso, que os Mergulhões desta Terra, mandam-lhe uma grande abraço.
QUE VIDA BONITA, DOUTORA NAZIR!

Dra. Nazir com seus filhos, netos e genro.

 

Pergunta da Semana: O quê era a Barra Preta, por que levava esse nome e onde se localizava?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br