Gremio Esportivo
Brasil – Equilíbrio no Futebol do Sul
Os anos 20 já estavam em seus estertores e dentre
tantas modificações na sociedade santa-vitoriense,
o esporte bretão apresentou uma nova aparência.
Vitoriense e Rio Branco continuavam seu caminho na luta
pela hegemonia esportiva, mas não apresentavam grandes
lances de modificações, já que sempre
deveria sair o campeão de um deles. Não havia
escolha. Bem, essa situação começou
a modificar-se com o surgimento do Santa Cruz, em 1927,
e logo após o Grêmio Esportivo Brasil, fundado
no dia 19 de julho desse ano, conforme um trabalho histórico
de um fundador, dirigente e eterno torcedor, que foi Irineu
Alves Nunes.
Não sabemos as razões das cores “Verde
e Encarnada”, como se chamava esta última,
mas de inspiração na agremiação
mais popular de Pelotas, que foi o homônimo da Princesa
do Sul, que embora Preto e Encarnado na sua bandeira, o
“distintivo” na bandeira deste clube era o mesmo.
Diz Irineu Alves Nunes que a principal razão foi
que um grupo de esportistas local já estava revoltado
com o predomínio dos Veteranos e Auri-verdes, sobrando
poucas oportunidades para os rapazes que não pertenciam
ao grupo dominante.
Também, que uma turma que jogava nas imediações
da Bento Gonçalves com a rua 13 de Maio, na zona
dos Chaves, tinha pretensões de triunfar.
Tiveram cedido um próprio do Exército Nacional,
provisoriamente e que hoje ficou conhecido por “Campo
do Sarapico”.
Sua primeira diretoria ficou composta pelos amantes dos
jogos tendo:
Presidente – Nuno Alves Guimarães
Vice-Presidente – Braz Guarino
Secretário – Celso Pìnto
2º Secretário – Olve Pinto
Tesoureiro – Pedro Marisquirena
2º Tesoureiro – Irineu Alves Nunes
Orador – Aristides Medina
Diretores – Pedro Moreno, Domingos Naparo, Antônio
Donato, Malvino Correa, Francisco Valli.
O escudo e a bandeira foram convencionados pela senhora
Palmira Pinto, mãe dos jovens Celso e Oves, em cuja
barbearia, localizada onde hoje estão, mais ou menos,
o Mercado Milano e a loja Ponto Quente, surgiu a idéia
de uma nova entidade de tantas glórias locais.
Seguindo os passos do Clube Caixeiral, esta instituição
logo transformou-se numa grei familiar, onde se destacaram
os Limas, Torinos, Morrones, Peres, Morenos e outros que
seguem lutando até hoje pelas apresentações
do Brasil.
Esta entidade orgulha-se de haver possuído em suas
fileiras o maior jogador gaúcho de “todos os
tempos” que foi Sezefredo da Costa, o Cardeal, que
por várias vezes vestiu a camiseta de clubes de renome,
como o Regimento de Pelotas, campeão de 1935, junto
com outros mergulhões; Fluminense, do Rio de Janeiro,
na época, a Meca Futebol brasileiro; Nacional do
Uruguai e mais ainda, seleção rio-grandense
e a brasileira. Outro atleta que saiu das hostes do verde-encarnado,
foi Juvenal Amarillo, vice campeão mundial em 1950.
Este clube de futebol teve o 1º título em 1927
e possui a orgulhosa condição de “nunca
haver saído da raia de luta até hoje”
e que permanece nos corações de seus torcedores.
Santa Vitória do Palmar foi desenvolvendo uma grande
demonstração de que, associados, os grupos,
sejam de que origem forem e de que atividade pertençam,
serão os marcos de nosso desenvolvimento e o GRÊMIO
ESPORTIVO BRASIL, com o seu novo local, onde hoje está
seu estádio que leva o nome de CARDEAL, no quadrilátero
formado pelas ruas Gal. Portinho, D. Diogo de Souza, Conde
de Porto Alegre e Av. Bento Gonçalves, doado pela
Prefeitura Municipal quando estava a frente o brasiliense
Jaime Ramis, no momento, presidente da Câmara Municipal,
substituindo no executivo, João de Oliveira Rodrigues.
Glórias de nosso futebol que não poderão
jamais ser esquecidas, enquanto houver um guri que, com
uma “bola de pano” sonhe em ser um campeão
da estirpe de um Juvenal Lima, Aparício Chaves, Bichinho
D´agua, Juvenal, e principalmente de Sezefredo da
Costa, “o mergulhãozinho da Canoa” que
encantou o Pais inteiro e América do Sul.
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Equipe do ano 1929 já com
Cardeal (boina vermelha) –
Coleção de Joaquim Américo Torino |
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Nuno Alves Guimarães –
1º presidente – Gentileza de Mario Marzzulo |
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Primeiro time do G.E. Brasil –
Acervo Pedro Moreno e Filhos |
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