Os
Primeiros Roncos de Motores que aqui se ouviram
O solo desta zona nunca se fez propício para o transporte
automotriz e até 1970, fora a estrada do porto, que
era cimentada e a do Chuí de pedra, até a
Barra do Chuí, não possuíamos uma pavimentação
que se prestasse para esse fim.
Em 1950 chegou o 1º JEEP, sobra de Guerra, que oportunamente
falaremos, depois, alguns pequenos tratores e os automóveis
sofriam grandes dificuldades em trafegar por estas bandas,
inclusive na cidade, onde o calçamento chegou na
Barão do Rio Branco com a faixa de cimento e o da
pedra irregular, nas duas quadras para à principal
e até a Prefeitura Municipal, em 1952. Foi um pequeno,
mas importante começo e hoje, somos uma das cidades
do interior do Rio Grande, que apresenta uma das maiores
condições viárias, sem falar na retidão
e largura de nossas ruas.
Mas, o primeiro carro que aqui chegou, veio do Uruguai,
mais precisamente, de cidade de Rocha, no dia 31 de Julho
de 1911. Foi um grande impacto na comunidade, parecendo
que uma nova era se desenhava por estes lados, e o fato
inusitado durou poucos dias e o retorno dos viajantes colocou
as “cousas” no seu devido lugar. Passamos a
sentir o silêncio tão saudável e que
hoje, como um dos males das comunidades urbanas, não
existe mais. Momentos do Progresso!
O grupo que aqui chegou era formado por figuras proeminentes
daquela cidade oriental, que sempre esteve ligada aos interesses
de nossa terra, desde o tempo das carretas estacionadas
no lado leste do Arroio Tio Bento, no Passo do Colchão,
a espera das cargas que vinham pelo porto do “Escorrega”
. Era formado pelos srs. Guiterres, proprietário
do veiculo e mais, de Juan Marschal e Juan Domingos Souza
Filho, acompanhados pelo presidente da junta Comercial de
Rocha e que “entraram na pequena Santa Vitória
do Palmar, mais ou menos às 16 hs, depois de uma
longa viagem, devido ao estado dos caminhos, já que
estradas não existiam e principalmente era quase
impossível transpor os alagados de Castilho e da
Fortaleza de Santa Tereza. Esta autoridade que chegava era
o sr. Miguel Guiterrez e ainda, Santiago Perez e Francisco
Perez.
No dizer de Fernando Tancredo de Mello, em seu livro, tantas
vezes consultando, esta condução era um carro
inglês, da marca Knox, que podemos admirar muitos
deles nesta foto de antiguidades e que também é,
preciso destacar, a eficiência do condutor, que na
época, devido a influência da língua
francesa dizia-se “chauffer”, o sr. Brooks,
que provavelmente fosse um dos vendedores desses próprios
britânicos, advindo daí, o nome.
A partir desse momento, começa incipientemente,
a vida dos carros e que, depois, deveriam suceder-se povoando
esta região, embora com grande dificuldade, em especial,
para o interior, antes da “descoberta da rota marítima”
através da costa Atlântica.
Começa um novo momento em nossas vidas e o trânsito
é aumentado ao longo do tempo, dando-nos o progresso
que alcançamos nos tempos idos desde a década
do século passado.
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Mostra uma exposição
de automóveis ingleses da marca Knox, provavelmente
colocados para a venda nos atuais negóci
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