Transporte
Coletivo em Santa Vitória do Palmar
José Benito de Los Santos
Sua Empresa de Ônibus Atlântica e o Grande Exemplo
Oriundo de Rocha, no Uruguai, chegou ao Brasil; vindo como
“chouffer” para trabalhar nestas latitudes.
Durante o fato de “dar à costa” grande
quantidade de latas de azeite espanhol, com um pequeno caminhão
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Ford T -
1926 |
ganhou dinheiro e pôde realizar um empreendimento
audaz: criar uma linha regular de ônibus, desde nossa
cidade, até o Rio Grande, via orla marítima.
Com um Ford T passou a viajar desde sede, via Chuí,
Barra do Chuí, Hermenegildo, Cassino e finalmente
a cidade mais antiga do estado.
Mudou, do primeiro veículo, para uma caminhonete
um pouco maior, para depois, modernizar-se com dois ônibus
Ford 1934 e 36, até chegar aos flamantes carros da
mesma marca, já nos anos de 1940 – 41.
Trajeto difícil pelas condições das
estradas e os perigos do mar, com seus atoleiros de perder
os carros e a solidão da extensa faixa litorânea
de mais de 220 km. O transporte era feito com o recolhimento
dos passageiros em casa, pela madrugada e os mesmos, deveriam
preparar-se para a grande epopéia, com roupas grossas,
cobertores, comida e remédios, sem esquecer os
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Ônibus
1934/36 |
infaltáveis cafés e chimarrão. Era
comum ficar de 3 a 4 dias ao relento nos cômoros,
esperando o tempo melhorar.
José Benito de Los Santos era de total confiança
dos usuários, principalmente de pais, que entregavam
seus jovens filhos
estudantes, que se dirigiam para o final da linha, mais
Pelotas e Porto Alegre e ele, os colocava no destino, com
total segurança. Mensageiro, confidente, médico
e psicólogo, quando das angústias dos passageiros
em tão precária situação.
Esta linha, que ficou famosa na zona sul, extingue-se ao
abrir-se a travessia no Taim e as empresas de fora começaram
a transitar “por dentro do interior”, como se
dizia, então. Era o ano de 1959, quando o velho Lobo
da Costa, aposentando-se, abandonou tão heróico,
mas importante serviço em nossa comunidade. Seu busto
encontra-se na praça Gal. Andréa, como prova
de gratidão de um povo que soube agradecer aquele
Castelhano, que honrou a terra que o adotou.
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José
Santos numa viagem acompanhado pela profª Clair
Torino, Srª Santa Devildes, o estudante Homero
Rodrigues, durante uma parada para apreciar a visão
de Leão Marinho dado à costa. |
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