ATALIBA MENEZES GARCIA
Homem da Fronteira Oeste eternizado nestas plagas do Sul
“A
riqueza de Santa Vitória do Palmar está no
campo”
Menino criado nos limites orientais, desde cedo, sentiu
as influências telúricas do pampa graças
a formação campeira em que se envolveu, já
que sua família vinha de gerações no
trabalho da criação de gado às margens
bonitas do Rio Uruguai.
Sua relação com nossa gente do extremo sul
deu-se quando foi estudar no Colégio Gonzaga, de
Pelotas como interno e teve contato no internato daquele
educandário, com jovens que depois viriam, em sua
grande maioria, ser referência dentro desta comunidade,
como o Bebé e César Brundo, Washington Bacelo,
os irmãos Carlos e Paulo Cardoso, os Mendonça,
Elcy, Fabio mais Edgar Arriada, Élbio Graña,
Nenê Souto e tantos outros.
Sua atração por esta terra era, principalmente,
ao ver o amor fraterno que havia, nos estudantes por ela
e a grande amizade que cercava a todos.Concluído
o curso cientifico deslocou-se para capital onde ingressou
na Faculdade de Veterinária e passou, como estudante,
a trabalhar na Secretaria de Agricultura do Estado do RS
e depois de formado, formou nas fileiras do Exército
Nacional, através, do CPOR, entidade que facilitava
vida dos estudantes não interrompendo o caminho de
sua formação e recebeu do Presidente JK o
título de 2º Tenente da Reserva de 2ª Classe,
Arma de Cavalaria, em 1957.
No ano de 1955, o do Centenário de nossa emancipação
política, o mesmo foi nomeado para dirigir a recém
criada Inspetoria Veterinária que começou
a funcionar na Rua Mirapalhete, mais ou menos, onde hoje
está instalado o Conselho Tutelar.
Mocinho inda, teve pela frente a difícil tarefa de
organizar, principalmente em termos sanitários, a
empírica pecuária da região, tão
famosa, mas mesmo tempo, tão carente de assistência
técnica.
O moço Ataliba com seu espírito fronteiriço,
logo deu-se por achado no novo meio que estava, em razão
de suas origens e os colegas do Gonzaga, já que alguns
deles exerciam sua profissão nesta localidade com
seu grande fervor comunitário.
Os esportes e a vida campeira eram as suas prediletas atividades
extras e depois de uma atuação nas hostes
do E.C. Santa Cruz, foi dar com os costados na Coxilha,
no seu novo fanatismo esportivo pelo E.C. Rio Branco, ainda
talvez, pela atração de uma família
tricolor os Rodrigues - Flório, na figura bela de
Dª. Maria, o austero ruralistas Francisco (Chico) e
na beleza e doçura incomparáveis, da menina
Marísia que deu-lhe seu juvenil coraçãozinho
aos treze anos de idade.
Ataliba Meneses Garcia, sempre foi homem de atuação
profícua e na sociedade santa-vitoriense pontificou
nas grandes agremiações que nossa terra produziu,
como, a UDN (novamente o velho Chico Flório) que
também, trazia como tradição de seus
pagos, tendo como ídolo a figura de um dos maiores
políticos brasileiros, que foi Flores da Cunha, depois,
durante a modificação partidária, fruto
do golpe de 64, fez parte das fileiras da Arena, posteriormente
do PDS e agora está no PP.
Foi membro da Câmara de Vereadores, sendo um dos mais
atuantes edis, por duas legislaturas.
Dentro da Inspetoria Veterinária orgulha-se de ter
revolucionado o sistema de prevenção de doenças
em nossos rebanhos e lembra com saudade, a maioria dos seus
famosos “guardas sanitários” que tanto
contribuiriam para o êxito dessa empreiteira. Foi
um lutador incansável em suas obrigações
e metas que, como cidadão e homem da comunidade,
procurou introduzir nela e jubila-se das vitórias
locais na chegada do Corpo de Bombeiros, que tanto faz a
todos nós; a chega do Linhão, pela CEEE; o
recapeamento de estrada do Hermenegildo; maior efetivo para
a Brigada Militar e na incansável luta pela segurança
desta gente do sul.
Esse médico veterinário postou-se por muitas
ocasiões, em estar à frente, como presidente,
de várias entidades como o Rio Branco, Hermenegildo,
Comercial, Rotary Club, Sindicato Rural e mais tarde, já
aposentado, foi um elemento de proa no complexo agro-pecuário
de Érico Ribeiro, sendo supervisor dessa parte do
complexo empresarial do Extremo Sul, a pecuária.
Ataliba Menezes Garcia, teve sempre a acompanhá-lo
por esses anos a incentivadora de todas horas, Marísia
Flório Garcia, alentando-o nos momentos mais difíceis
de sua existência e seguiu pontificando na evolução
dos rumos de nossa gente.
Recebeu em 2007 o merecido título de Cidadão
Santa-Vitoriense, dado pela Câmara Municipal, como
reconhecimento por seus trabalhos junto as atividade empresariais,
sociais, políticas e recreativas fazendo jus, sempre,
da admiração dos demais membros de nossa sociedade.
Tem como lema o adágio que diz: “a Vida é
um eterno aprendizado e é necessário humildade
para recebê-lo”.
Repete incessantemente que riqueza de Santa Vitória
do Palmar está no campo, mas o mais importante, é
que sempre tenhamos como um eterno mergulhão, esta
figura que chegou quase menino nos idos de 1955, assistiu
os festejos do Centenário e continua por estas bandas,
participando dos nossos 150 anos, de mãos com a sempre
Senhorita Centenário, de cuja união, deu-nos
uma família maravilhosa e mais do que isso, o seu
exemplo de trabalho, dedicação e amor à
esta Terra que o abrigou com sua alma de fronteiriço.
Sua última afirmação neste momento
tão grave da nacionalidade:
“é preciso força, calma e esperança
para superar a crise, já que estamos tendo sinais
fortes de uma recuperação para o bem de todos”.
Ataliba Menezes Garcia, um grande Mergulhão do Sul
do Brasil que nos honra tê-lo em Santa Vitória
do Palmar.
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