Campos, o "Escorrega" e Carvalho Porto (que ainda
possuem seus herdeiros reclamos de terras conhecidas pelas
propriedades de "Carvalho", que nunca foram deslindadas)
de uma capela que hoje nada mais é que a nossa Matriz,
virada para a lagoa, local de entrada nestas plagas. Mas
observem bem as ruas não obedecendo os pontos cardeais
e sim uma leve inclinação, sendo razão
dessa postura o fato de que elas servissem de obstáculos
aos ventos dominantes aqui.
Mas, antes dela, nesta área, já haviam sido
edificados outros núcleos populacionais que não
tiveram formação oficial, isto é, não
existiu fundação, muito menos, organização
política oficial e que, por isso, nada resta delas,
a não ser relatos históricos que passaremos
a contar:
1º) Quando o contrabando estava no auge nesta zona,
principalmente pelo arroio São Miguel e como ponto
de transbordo, o Pontal das Capinchas (ou Capivaras), no
Porto do Escorrega, a fiscalização de ambos
os países limítrofes começou a se desenvolver
agudamente. Mas o conluio entre autoridades brasileiro-uruguaias
de fiscalização fez com que o tráfego
de mercadorias se tornasse intenso, sendo necessária
a mudança de rota. Como Montevidéu era o pólo
do comércio, as povoações de Rocha
e Castilhos se destacaram nessa atividade. Inúmeras
carreatas e grandes tropas começaram a desfilar pelo
leste, desde o país vizinho, entrando mais ou menos
onde agora é a Escola Agrícola Cristóvão
Pereira de Abreu e mais acima, na conhecida chácara
do dr. Amonte e se dirigindo para atravessar o arroio Tio
Bento, está a ponte do Passo do Colchão. Esta
travessia era tão difícil que os mercadores
tiveram de estabelecer um posto de parada para que os veículos
descarregassem e vice-versa; do lado de cá, para
fazer a mudança em canoas ou pequenas carroças
puxadas a cavalo, dando origem à uma pequena localidade
de pouso e que agora nada mais existe que mostre o seu local
do dito Passo;
2º) O outro local que foi também um efêmero
ponto de parada teve uma origem completamente diferente,
pois, se tratou de um acampamento militar do general uruguaio
Rivera, que em 27 de março de 1845, acossado pelas
tropas argentinas de Urquiza, homiziou-se no Brasil, mais
precisamente em Santa Vitória do Palmar (não
existia a povoação de Andréa) a 20Km
da fronteira, para recuperar-se da derrota, refazer os seus
batalhões a voltar à pátria.
Rivera acampou aqui onde está a nossa cidade para
desfrutar da água em abundância. Se estabeleceu
mais precisamente nas imediações das ruas
Alípio Santiago Corrêa e Manoel Vicente do
Amaral, às margens do riacho, que por possuir um
pouso de carretas e ranchos em meio às águas,
foi apelidado de "rua Veneza", cujo nome por muito
tempo esteve na lembrança dos antigos moradores.
Terminada a ocupação de Urquiza no país
oriental, as tropas militares voltaram para o lado de lá
e muita gente deixou-se ficar por aqui, principalmente as
mulheres que acompanhavam os exércitos em luta. Muitas
delas, unindo-se a gente mergulhona, foram transformadas
nas matronas que deram origem a muitas famílias santa-vitorienses.
Assim colocamos um pedaço dos fatos que vão
lembrando momentos que fizeram a nossa história.
|