UM GOVERNADOR ENTRE NÓS
– WALTER JOBIM
Em
plena ditadura Vargas esteve entre nós o Interventor
Cordeiro de Farias, quando estava a frente do Governo Municipal,
um exemplo de cidadão que foi o agrônomo Guilherme
de Souza Castro, já estampado nesta coluna. O chefe
do Executivo Estadual aportou em nossa cidade, vindo através
do vapor Rio Grande, para presenciar o andamento dos trabalhos
da construção do porto, obra hercúlea
que Getulio Vargas, atendendo um pedido de seu velho amigo
e companheiro Manuel Vicente do Amaral, chamado por ele,
o “Velho Amaral”, mandou construir para resolver
o angustiante problema das comunicações do
Rio Grande do Sul e do Brasil, conosco.
No entanto, o primeiro Governador do Estado democraticamente
eleito que aqui chegou, foi o político saído
das fileiras do Partido Social Democrático, o PSD,
quando logo de sua vitória eleitoral, na intenção
de agradecer por sua eleição, onde nosso município,
graças à importância partidária
de Mario Anselmi, seu irmão Osvaldo, Bolívar
Barberena, Walterloo Camejo, Taciano Martino e outros, deu-lhe
uma expressiva maioria de votos. Também fez-se presente
para contatar com as autoridades locais e sentir as grandes
necessidades que por estes lados se faziam sentir.
Na realidade, Walter Jobim, pai do atual Ministro da defesa,
Nelson Jobim, pouca cousa de palpável trouxe a esta
região do país tão necessitada a abandonada
pelos Poderes Centrais.
Esse instante foi muito comemorado e quando a caravana do
Governador chegou até nós, vinda de automóveis
pela praia, um grupo de figuras representativas da comunidade
o esperou no balneário da Barra do Chuí, em
frente ao hotel Atlântico, conforme a foto estampada
aqui atesta.
Esse homem público fez a viagem pela “costa
do mar” com muito gosto, já que era acostumado
às grandes travessias e sua característica
era andar pelos ínvios caminhos do nosso Estado,
levado por um Jeep Willians, tão em modo no após
guerra.
Nossa comunidade teve o azar de que no dia da viagem o tempo
estava perfeito, porque há muito tempo não
chovia e as estradas péssimas da Praia do Joca Documento
até o Chuí e desde a nossa cidade, encontravam-se
relativamente boas para a passagem. Infelizmente o vento
era nordeste e o mar fazia com que o trânsito por
sua beira fosse de ótima qualidade, no entanto quando
da obra da travessia dos diques no Taím planejada
pelo Governo Federal através do DNER, ele foi importante
na pressão junto às autoridades, tendo como
aliados, o Ministro dos Transportes e Obras Públicas,
o engenheiro Clóvis Pestana, e o rio-grandino, quase
mergulhão, principalmente por possuir familiares
aqui, os Costa, que foi Egidio Costa, realmente os grandes
responsáveis pela nossa integração
ao resto do país.
No momento da recepção estavam as autoridades
locais, mais os funcionários do Estado que aqui atuavam
e políticos dos diversos segmentos partidários,
que outra vez, deixando suas querelas políticas de
lado, foram se encontrar com o 1º Mandatário
do Rio Grande do Sul.
Estavam entre eles os funcionários públicos
como Promotor Publico Dr. Naconeci, figura folclórica
em nosso meio, o medico Osvaldo Anselmi, chefe do Posto
de Higiene local, Nelson Vasques Rodrigues e Osman Azambuja,
notários, Dr. Cardin, juiz de Paz, Antônio
Correa funcionário da Mesa de Renda Estadual, funcionários
municipais destacando-se Tacir Ribeiro e demais políticos
da região entre eles, Mario Anselmi, Orlando Rotta,
o Pichinga, Coronel Leléo, Bolívar Barberena,
Belmiro Silva e tantos outros.
A sua estada nos Campos Neutrais foi muito breve, no entanto,
sua presença engrandeceu sobremodo esta Terra, fez
com que nós, sempre carentes de contatos e pressões
para as nossas questões propostas e mais ainda, distanciados
por este determinismo geográfico que nos fez diferenciados
do resto do Brasil, estivéssemos frente a frente
com esse figura.
Somos fronteiriços, separados dos grandes centros
por enormes distâncias, com uma dificuldade enorme
de preitos com o mando nacional, mas tivemos sempre homens
que dignificaram o pago onde nasceram e muitos deles foram
figuras de proa no concerto da vida dos brasileiros e nunca
deixamos de sê-los por vontade de trazermos o símbolo
de nacionalidade e amor ao torrão natal.
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