Um
Técnico Em Nossa Terra
Estamos nos primórdios das décadas de 10 e
nosso município começa a ficar conhecido no
conceito nacional. O gado, com raças aprimoradas,
chamava atenção dos grandes criadores do Rio
Grande do Sul e do Prata. Propriedades eram aumentadas,
mas ao mesmo tempo, as divisões fundiárias
aconteciam, mister as heranças e os grandes negócios
de campos que aqui se realizavam. As grandes Sesmarias começavam
a ser fracionadas e a legislação em vigor
requeria medições de áreas que nem
sempre eram feitas de maneira amistosa.
No bojo dessa situação surge no meio um imigrante
vindo da Argentina, como tantos que aqui aportaram e que,
precisamente, possuía formação técnica,
que atendia aos ditames necessários para a nossa
organização rural. Veio no fim do século
passado e aqui se deixou ficar por largo tempo prestando
seus serviços e o que é mais importante, sendo
o iniciador da ciência da demarcação
quando não se conheciam os agrimensores (assim eram
chamados) para depois, dar passo a jovens formados em agronomia,
nas faculdades de Porto Alegre, Pelotas, sendo os mais conhecidos,
o Sr. Guilherme de Souza Castro, que culminou sua carreira
como prefeito municipal e tendo a seguí-lo em tão
dignificante trabalho o conterrâneo Carlos Alcy Cardoso
e o hoje, também santa-vitoriense de adoção,
Artur Moreira.
Estes três técnicos referidos abeberaram-se
em seus trabalhos de medições e que no dizer
deles, ainda agora, seguem como espelho para as árduas
e futuras tarefas.
Jaime Antônio Ros, além de profissional, emiscuiu-se
na vida social e política, prestando serviços
relevantes no meio em que transitou, como sendo, a pedido
do fronteiriço Don Leon Ventura demarcador da vila
do Chui e o fez graciosamente, colaborando para que os habitantes
do extremo sul se organizassem em uma comunidade urbana.
Foi figura destacada na Maçonaria, na criação
do Matadouro Municipal e na fundação em 1911,
da Sociedade Pastoril, Agrícola e Industrial que
hoje é conhecida pelo Sindicato Rural, com sua sede
rural no sul da cidade, entre as ruas Mirapalhete e Cel.
de Deus, via esta, que leva o nome do fundador da entidade.
Ainda como curiosidade, os mais antigos habitantes daqui,
não se referem à instituição
como Sindicato e sim “a Pastoril”.
Jaime Antônio Ros, vindo das plagas argentinas contribuiu
com a comunidade que o abrigou e por aqui deixou seus frutos,
que seguem de marco pela eficiência de seus trabalhos,
que são o testemunho histórico da seriedade
profissional que até hoje guiam os nossos jovens,
seguidores da profissão da medição
de nossos terrenos, mas acima de tudo, ficou eternamente
no conceito dos cidadãos desta gleba, o exemplo de
retidão, honestidade e acima de tudo, o bem comunitário
que sempre foi um marco da sua vida.
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Jaime Antônio Ros numa reunião
na Pastoril e que culminou
com a fundação de tão importante
sociedade. |
Pergunta da Semana:
Que expressão é esta: “Jogo nos Primeiros”?
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