Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

NOSSA CIDADE E SEUS CINEMAS

Já nos fins de 1800, esta gente do sul, tinha a possibilidade de assistir, embora precariamente, sessões de filmes, principalmente documentários e obras francesas. Chegava o momento da afirmação do visual e que, depois seria um acompanhante do desenvolvimento da cultura social dos povos.
Por aqui, nessa época, pessoas vinham e com uma rústica máquina de “passar filme”, reuniam um grupo de interessados e os filmes faziam o deleite de muitos. Ora, nos clubes, como também, quando o tempo permitia, por estas bandas, as noites sempre frias impossibilitavam a aglomeração ao ar livre, a não ser durante os meses de verão. Esta técnica fez surgir uma camada de pessoas que, já tendo viajado “para dentro”, tornaram-se fãs de 7ª arte. E assim, foi por largos tempos, inclusive nas casas de famílias, nos sobrados luxuosos, em volta da praça, nos hotéis e mesmo, na campanha. O cinema viera para ficar e somente foi destronado nas cidades do interior, pela televisão e outras técnicas mais aprimoradas.
No dia 3 de Setembro de 1919 foi inaugurado o cinema RADIUM, localizado nas esquinas da Gal. Deodoro com Br. Do Triunfo, onde foi, mais tarde, a firma de loja e oficina da Continental. Como melhor acomodação, o prédio era de um conforto incomparável, já que se deixava de existirem espetáculos em galpões improvisados, para o mesmo, possuir um edifício de grandes proporções para a época e a quantidade de assistentes. Como maior conforto, o referido estabelecimento possuía um gerador elétrico próprio, inclusive para as “matinés”, acontecidas à tarde dos domingos.
O primeiro filme que a instituição levou à tela foi KORVAL, o espião, grande expressão da cinematografia da atualidade.
Este cinema cerrou suas portas e mais tarde, com a propriedade de um uruguaio, sr. Venturini, de grande destaque posterior, nessa atividade, reapareceu, no mesmo lugar, com o nome de ARIEL e tendo, como primeiro filme dessa nova etapa, o clássico de então, AUDAZ CONQUISTA.
Quando em 1930 foi inaugurado um dos maiores cine-theatros do Rio Grande do Sul, Independência, o portentoso ARIEL, deixou de funcionar, principalmente por que seu titular passou para a nova instituição que existe até agora, embora, como cinema, não mais.
Mas, o mais importante cine-theatro desta terra foi o IDEAL- VICTÓRIA na rua Conde de Porto Alegre, ao lado da Loja Acácia Vitoriense, onde hoje está edificada a residência do bel. Mario R. Anselmi.
Era do empresário OVIDIO MARTINO e do artista renomado, destas latitudes que foi, FRANCISCO GOMES DE ALMEIDA e que já foi motivo de uma crônica neste espaço. Conhecido como PAVILHÃO ou BARRACÃO, tornou-se maior local abrigado desta comunidade e onde se desenvolviam grandes eventos sociais, políticos e culturais desta gente. Devido ao tirocínio de Ovídio e da habilidade técnica de Chico Almeida, era o ponto de encontro da sociedade santa-vitoriense. Um de seus últimos filmes passados nele foi HISTÓRIA DE TOUTNEGRA no domingo 7 de dezembro de 22 pois, porque na madrugada do dia 28 do corrente, o PAVILHÃO OU BARRACÃO foi devorado por um trágico incêndio, não sobrando nada no local, já que o mesmo era de madeira. Assim terminou o mais antigo local de festas desta terra até 1930.
Como vimos, Santa Vitória do Palmar, mercê à capacidade de sua gente, sempre esteve nas proximidades das grandes conquistas.

 


Ovídio Martino que logo a após o desastre faleceu precocemente. Foto cedida por sua nora Perla Suaya Martino.

 

 

Ao fundo a Loja Acácia Vitoriense e do Lado o Terreno Onde estava o Barracão(Cinema Ideal Victória)

 

Vista de cima do Prédio da contiental que até 1928 foi o cinema Radium e depois o Ariez

 


 

Pergunta da Semana: O quê era a Barra Preta, por que levava esse nome e onde se localizava?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br