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Um professor francês na cidadezinha
do sul
Com a permissão dos mergulhões a quem dedico
sempre as minhas crônicas, quero hoje, véspera
do Dia do Professor, oferecer o meu trabalho à classe
dos mestres a quem deve tanto este município e pela
qual muitos conterrâneos deixaram a marca de uma luta
em prol da evolução cultural, moral e ética
de nossa gente.
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Este professor francês a quem me refiro foi o oficial
da Marinha Francesa Jean Jules Capdeville que, segundo os
comentários citadinos da época, naufragou
com uma corveta gaulesa nas costas do Albardão, em
nossa terra. Dando à costa, deslocou-se para nossa
cidade e aqui se deixou ficar até sua morte, jamais
procurando voltar à sua terra natal.
Era um homem culto para o meio em que resolveu ficar e para
o seu ganha pão, na profissão de professor
particular, principalmente nas matérias de francês,
matemática e outras, nas quais desenvolvia com grande
capacidade de europeu culto com curso superior.
Aqui casou- se com Clementina Olympia Vasques, filha do
padre José Vasques Gonçalves e de Joana Heduvyges
Rodrigues Veja. Tiveram quatro filhos que faleceram prematuramente
e, por isso, não ficou descendência por sua
parte no binômio Vasques Capdeville.
Jean Jules Capdeville viveu numa residência cuja propriedade
hoje é da srta. Idaetel Torino, na esquina das ruas
João de Oliveira Rodrigues (antiga General Câmara)
com 7 de setembro, e foi destaque dentro da comunidade até
o fim de sua vida, no dia 7 de maio de 1885. Deixou uma
herança de dignidade dentro de sua profissão,
a ponto de, devido aos poucos recursos (a profissão
de professor é sempre assim), o seu túmulo
ter sido construído por seus alunos, que eram realmente
amigos e dessa maneira deram-lhe a última homenagem,
embora, em nossa urbe, agora exista uma rua com seu nome.
Jean Jules Capdeville foi uma figura em nossa sociedade
que teve suas origens envoltas em mistério. Mas aqui
ficando, demonstrou que a bondade e a dedicação
podem transformar um homem que chegou do mar, vindo do Velho
Continente, e que se deixou ficar por amor à sua
família, mas principalmente a esta terra tão
diferente da sua, onde permaneceram seus restos para sempre
e o reconhecimento de muitos que conviveram com ele.
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De acordo
com familiares, esta seria a foto de Jean Jules
Capdeville
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Clementina
Olympia Vasques Capdeville, esposa de Jean Jules
Capdeville, acompanhada de sua irmã Joaquina
Vasques
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:: Pergunta da Semana ::
PERGUNTA DA SEMANA:
Que lugar em nossa cidade era chamado de PERIGO
até meados de 1950?
RESPOSTA: Era um cabaré
localizado na esquina das ruas Osório com
Alípio Santiago Corrêa, onde hoje está
edificado o quartel da Brigada Militar. Também
tinha os apelidos depreciativos de Quincho e Pulgueiro,
mas na realidade o nome oficial era Taça
de Ouro.
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