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CLUB RECREIO OPERÁRIO-REDUTO DA RAÇA NEGRA

A RAÇA NEGRA, que tantos esforços fez para o desenvolvimento desta região e que serviu para o engrandecimento do Brasil, oriunda dos escravos africanos e sua mestiçagem, por força do trabalho básico no extremo sul, não teve um número avantajado, como em outras partes do Brasil. A pecuária sempre foi uma atividade que exigiu braços, mas que o índio, pelas suas andanças nômades, adaptou-se ao serviço, dando, graças a sua mistura com o branco português e espanhol, o símbolo de nossa etnia no parecimento do GAÚCHO, com suas vestimentas, seu cavalo e cultura, arreando o gado vacum por estas lonjuras.

Não tivemos muitos representantes dos africanos como no porto de Rio Grande e especialmente, nas charqueadas de Pelotas, mas mesmo assim, os que por aqui apareceram, foram símbolos de dedicação aos seus superiores e cujo trabalho marcou em todo ambiente, como também, na mistura representada pelas grandes figuras que sempre conviveram com todos.

Ainda recém saídos da escravidão, abolida em 1888, agora, nos idos de 1900, o racismo era uma mancha muito forte em nossa sociedade e por isso, na parte recreativa dos clubes, era impossível o contato e por isso, muitos negros e mulatos se arregimentaram em associações de vida efêmera, mas que foram o vertedouro do forte e atuante, hoje, Clube Liame Operário.

Desde a década de 10 e início de 20, precários locais serviam para congregar essa gente, mas provavelmente em 1925, o grupo racial focalizado, começou a desenvolver suas atividades, até que constituiu um clube e passaram a freqüentá-lo numa antiga casa na esquina das ruas Barão do Triunfo, agora, Conde de Porto Alegre, com a Mirapalhete e na face norte, numa velha e espaçosa residência, desenvolveram atividades bailantes, esportivas e culturais.

Aí nasceu o CLUB RECREATIVO LIAME OPERÁRIO e que nas páginas do Sul do Estado, anunciavam a nova diretoria para o biênio 1926–28 e que era constituída por representantes negros de nossa cidade e interior. Muitos são conhecidíssimos pela comunidade de agora e que passaram à história, como homens empreendedores e cientes na responsabilidade pelo desenvolvimento do meio em que habitavam.

A diretoria era composta assim, aclamada na reunião de Assembléia Geral do dia 04 de dezembro de 1826, às 18 horas:
Presidente: – Lino Borges
Vice-presidente: Gregório T. Corrêa
Tesoureiro: Vitor Oliveira
1º Secretário: Osvaldo Carvalho
2º Secretário: Alinares L. Corrêa
Diretores: Pedro Corrêa, Ernesto Mello, Arnaldo Amarillo, Henrique Rodrigues, Theodomiro Barboza e Orlando Rocha.
Suplentes: Alcydes Talayer, Ibrain Rodrigues, Ramão Aparício.
Comissão de Contas: Humberto Rodrigues, Cezar F. Corrêa e Mário Rocha.

Assim foi a essência que gerou a aglutinação dessa gente importante, cujos titulares deixaram uma plêide de conterrâneos que dignificaram o viver em nosso município.

Esquina da rua Conde de Porto Alegre com Mirapalhete onde estava localizado o Club Recreio Operário.

Pergunta da Semana:
O quê era um “Baile de Partida”?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br