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GRUPO ESCOLAR MANUEL VICENTE DO AMARAL
QUANDO O CORPO DOCENTE FAZ UMA ESCOLA

Nosso isolamento geográfico sempre foi uma constante e as dificuldades para nossa gente desenvolver os estudos eram enormes. Saímos de rudimentos de ensino com os professores particulares e em fins de 1920, mas principalmente nos anos seguintes, recebemos as dádivas de uma Escola Pública de caráter estadual e que viu o seu desenvolvimento chegar ao ápice com a construção de um prédio padrão no Rio Grande do Sul, que ostentava em sua frente apoiado por duas imponentes colunas o dístico “LABOR OMNIA VINCIT”, como anotando-nos o seu significado, “O TRABALHO TUDO VENCE”.
Para o funcionamento de tão suntuoso próprio da destaca instituição escolar, era necessário um Corpo Docente, isso é, um grupo de professores de maior qualidade e é nesse instante que os mestres deixam de somente serem arregimentados entre os da terra, para recebermos jovens professorinhas que para cá vieram e a grande maioria saída das escolas preparatórias de Rio Grande e Pelotas, principalmente.
Exceção para esse momento, foi a chegada de um professor do sexo masculino, que para que veio, conforme já foi objeto de crônica anterior, neste espaço, de São Paulo e nunca mais retornou destes pagos, transformando-se num exemplo de cidadão dedicado, vulto destacado da comunidade e de uma cultura enorme. Atributos tantos, que seria demais repetí-los, o doutor, professor Frederico Tancredo Blotta.
Em meio à década de 1940, época esta, em que a maioria dos leitores que lêem este trabalho, principalmente de idade mais avançada, recordam com saudade, o Corpo Docente era suprido sempre com jovens educandas, onde muitas vezes, saiam do seu conforto em outras cidades e numa penosa viagem, pela lagoa ou pela costa do mar, chegavam, nervosas e cheias de temor por viverem em tão distantes paragens. É de se destacar, também, que mesmo em ambiente tão precário, as ditas educadoras, por aqui ficaram e ganharam o coração de algum “Mergulhão”, para muitas edificarem suas vidas nestas lonjuras do Sul.
Gelsa Ustra, Zulma Romeu, Marília Borba, Nair Dupaskier que estão apresentadas nas fotos que ilustram este trabalho e mais as conterrâneas Aresmi Tavares Rodrigues, Ivã Vasques, Mimosa Rotta, Ilma Rota Rodrigues, Chininha Pereira Brayer, Milla Polycarpo e Clair Pinto Torino.
Foram estas educadoras que revolucionaram a arte de ensinar e muita gente saiu desta cidade para enfrentar, agora ao inverso, os rigores das distâncias e das saudades a fim de concluírem os cursos ginasial e colegial para entrarem numa faculdade que lhe daria título tão desejado numa carreira universitária que a maioria foi exercida por estes lados, onde o destaque dos nossos filhos foi uma constante.
Quando chega 1950 e é criado o esperado Ginásio de Santa Vitória, o GRUPO, como era chamado, passou para um segundo plano como meta final, mas sempre foi um ponto marcante na aspiração de nossa gente.
Agora o Grupo Escolar Manuel Vicente do Amaral aumentou o seu curso passando para o 2º grau e segue conduzindo a juventude estudiosa que não mais almeja ficar só nele e sim procurar a meta do ensino universitário que já é uma realidade entre nós.
Magistério do MVA! Grande semente plantada no solo santa-vitoriense e que continua marcando as diretrizes do futuro nas realizações e anseios de Santa Vitória do Palmar, no caminho do saber e de cultura.

Corpo Docente do MVA antes de 1945
Em pé: da esquerda para direita – Iva Vasques, Nayr Dupaskier, Matilde (Mimosa) Rotta Devildes, Onorina Nunes, Ilma Rota Rodrigues, Gelsa Ustra, Zulma Romeu, Alcina (Chininha) Brayer.
Agachados: Semíramis (Mila) Polycarpo de Azambuja, Marília Borba da Silva, Clayr Pinto Torino.
Após 1946
No alto: da esquerda para direita – Aresmi Tavares Rodrigues, Gelsa Ustra, Clayr Pinto Torino, Professor Tancredo Frederico Blotta, Alcina (Chininha) Brayer, Semíramis (Mila) Polycarpo de Azambuja.
Abaixo: Antônia Lessa Motta, Zulma Romeu, Ilma Rota Rodrigues, Isis Maia e Marília Borba Silva.

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br