Quem somos
Coberturas
Notícias
Revista
Entrevistas
Enquetes
Arquivo
José Golgerci
Políbio Braga
Colaboradores
Zero Hora
Correio do Povo
Diário Popular
O Globo
Gazeta Esportiva
Clima Tempo
Weather Channel
UFPel
Tempo Agora
Banco do Brasil
Banrisul
Bradesco
Caixa Federal
Santander
Secretaria Fazenda RS
Receita Federal
Proc. Geral da União
TRT
TRE
INSS
Detran-RS
Consulta CEP
Lista Telefônica
 
 

1927 – Ano de Surgimento de Novos Clubes de Futebol.

Esporte Clube Santa Cruz

Continuamos na senda do desenvolvimento do futebol em nossa terra, já que esse esporte conquistava o mundo e os jogadores nacionais eram admirados e louvados em todas as esferas internacionais. O Rio da Prata desenvolvia essa prática e isso contaminou nossa gente e muitos uruguaios chegaram até estas latitudes para praticarem o esporte bretão e por aqui ficaram, deixando suas presenças em muitas famílias santa-vitorienses, cujos exemplos colocamos em crônicas anteriores.
No fim da década de 10 surge efemeramente o Diamantino e também o Vencedor que apenas tiveram pouca duração, ofuscados pelo destaque de Vitoriense e Rio Branco.
No dia 20 de fevereiro de 1927 aparece o ESPORTE CLUBE SANTA CRUZ, criado por um grupo de líricos e boêmios do meio e que, como de praxe, os vizinhos orientais somaram-se a esta parte da juventude esportiva.
Liderados pelo incomparável médico Justino Amonte Anacker, Bolívar Barberena e tantos outros, esta entidade, além do esporte do pé, destacou-se por uma tendência cultural e benemérita.
Com uma sede própria na rua Saldanha Marinho, esquina Gal. Osório, aí promoveu o desenvolvimento da cultura baseada numa biblioteca que enchia de orgulho os seus seguidores. Como apoio às obras de ajuda social, o clube destinava parte de suas arrecadações de sócios, para a sustentação da Santa Casa local.
Para demonstrar as raízes platinas, o Santa Cruz, teve em sua bandeira as cores do Penharol, famoso clube castelhanos, que eram preta e amarela e que, como seu colega, o Rio Branco, para homenagear o nosso pais, teve como nome, um dos primeiros que se chamou a nossa pátria, Terra de Santa Cruz.
Outra curiosidade desta instituição, é que o senhor Patrício Marco, proprietário de uma gleba de terra na coxília sul da cidade, preocupado, imaginem só, com o perigo que seus filhos corriam por jogar bola no meio da rua, resolveu doar uma parte dela e nesse local construir um “campo de futebol”, onde hoje se encontra o estádio. Foi o primeiro clube daqui a possuir um campo próprio, porque os demais foram doados pela municipalidade.
Completando a passagem dessa sociedade em nosso meio e repetindo que a boêmia e cultura eram apanágios de seus adeptos, transcrevemos uns versos de Nicásio Garcia Beriso, fotógrafo que vindo do outro lado da fronteira, aqui se radicou e deixou entre nós sua cultura, inspiração, mas muito mais do que isso, um grande laço de amizades e que somente veio a se extinguir com sua morte.
Já residente em sua querida Montevidéu, enviou uma foto, que talvez seja de um de seus 2º quadros (como se dizia então) acompanhada de um simples, mas significativo verso, onde demonstra todo o seu carinho pelos amigos e a terra que o recebeu e que muito amou:

DESPUES DE MEDIO SIGLO

Sandalio Santos (pseudônimo de Garcia Beriso)

Esta foto trae unidos,
el milagro de luz,
los tiempos del Santa Cruz,
y mis amigos queridos...
Largos años transcurridos
aunque varien el destino
hoy, en la copla ilumino
a toda esa gente buena;
sobre todo Barberena,
a Nelson y el gran Justino!


Setiembre, 29 de 1982

poeta Nicasio Garcia Beriso (pseudônimo Sandálio Santos)

2º quadro do Esporte Santa Cruz nos três anos de 1930, onde foi possível identificar Bolívar Barberena “à paisana”, Nelson Vasques Rodrigues, o goleiro, o back Modesto e o hallf Viana

Pergunta da Semana:
O quê era um “Baile de Partida”?

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br