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RESPEITO COM O HERMENEGILDO PARA O BEM DA VERDADE

Na oportunidade em que o cumprimentamos, aproveitamos para apresentar nosso descontentamento sobre a reportagem jornalística estampada na edição do dia 03 de Janeiro, à página 43 – GERAL e vimos tristes e constrangidos, fazer algumas observações que seguem:
Os municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, que recebem o título de Portal do Brasil, onde turistas trafegam constantemente ligando-nos ao Prata, considerados a 2ª entrada de pessoas no nosso território, somente suplantados pelo Galeão no Rio de Janeiro, sempre foram preteridos pela maioria dos órgãos de comunicação, em especial, a RBS, parecendo que desde o Cassino para o Sul, nada existe de brasilidade, inclusive com estúpido chavão de que “a maior praia do mundo é o balneário rio-grandino”, já provado o contrário por pessoas da terra, citando as informações de um dos maiores geógrafos nacionais que é o professor Eurípides Vieira, que atua na FURG;
Quando da previsão do tempo os turistas platinos dizem que é mais fácil guiarem-se pelas informações de Montevidéu e Buenos Aires, do que pelos institutos de meteorologia do sul do Estado. Sem contar que a regulagem da mudança de tempo acontece desde os ciclones extra-tropicais, que se formam dentro do mar uruguaio, os famosos ventos do sul e que penetram por esta região antes de alcançar o território brasileiro. Aqui não existe nada que aponte as condições do tempo e quando informadas, quase sempre vem crivadas de erros pelos meios de informação já citados;Somos sempre notícia quando acontecem desastres naturais, na BR 471 ou crimes e violência na fronteira meridional. Desde que fomos guindados a situação de inferiorização, os comunicadores que representam empresas da região, não se preocupam com nossa realidade, mais interessados nas viagens dos potentados para sempre encantadora Punta Del Este ou baratíssimo Free-Shopps do outro lado da fronteira;
O posto da RBS no Chuí desapareceu, pois não é mais rentável como foi em tempos idos.
Com calamidades ou desastres os mesmos deslocam equipes para cá para fazerem, como é o caso de agora, ao seu bel prazer, reportagens, talvez, não com intuito de fazer mal, mas de vender jornal e conseguir ouvintes. Prova-se a falta de uma outra empresa que faça salutar concorrência. Esperamos!
O conglomerado informativo não se preocupa com os angustiantes problema da zona, principalmente com os barcos pesqueiros que infestam nossas costas, nada sendo detalhado ou trabalhado junto aos órgãos federais, para por fim a esse massacre ambiental. Depois que esta zona litorânea se torne deserto de vida nada adiantará em fazer campanhas de esclarecimento, desde que isso provoque maior número de audiência. Temos culpa sim, os habitantes, embora com pouco volume de crédito para as propagandas, deveríamos desligar nossos aparelhos de rádio, TV e não assinarmos jornais quando resolvessem falar sobre assuntos que envolvam o extremo sul do Brasil, porque, também, quase sempre as noticias e informações sobre nós, saem erradas e distorcidas. Todo esse desabafo é para apresentar a repulsa das autoridades, do povo da região, para a reportagem citada, pois, então vejamos:
Diz a Srª. Cristina Vieira que “não demos sorte” ao passar pelo Hermena”, pois no dia estabelecido fazia frio. Lindo momento para fazer uma reportagem sobre uma “Estação Balneária”, como querendo prevenir aos indivíduos atentos no trabalho para as dificuldades que são veranear no Hermenegildo!
Estampada esta a cena de um “menino corajoso” que enfrenta a baixa temperatura, mas, mesmo assim, ele gosta do ambiente;
Seguindo, refere-se ao lixo na costa, como se fôssemos um deposito de sujeira a beira mar, desde que somos um dos locais mais limpos do Atlântico Sul, tanto no mar, como nas lagoas, ficando longe das poluídas praias do entorno da RBS;
Ainda, a seguir, traz a baila, o fenômeno da “mentirosa Maré Vermelha”, fato ocorrido num dos momentos mais graves da vida nacional, que foi a ditadura, quando autoridades fronteiriças se esquivaram de investigar a fundo o fenômeno. Consultem os arquivos da FURG de Rio Grande, Centro Toxicológico de Pelotas e outros institutos internacionais e verão que fato foi esse!
De bom, tivemos, já que tudo não pode ser creditado a maledicência e má fé, a reportagem da Srª. Cristina Vieira, destaca as ONGS e o Museu que divulgam as potencialidades cientificas do local, mas com endereço errado!
Sendo isto posto, queremos apresentar a nossa repulsa pelo trabalho jornalistico e lembrando que:
Nada foi mostrado do Largo Paulo Guerra, nos momentos de mais movimentos; da orla marítima, durante os fins de semana, quando concentra no balneário mais de quinze mil pessoas; da opinião de turistas uruguaios e argentinos que possuem propriedades aqui e mais, sem que os pontos de veraneio do encontro da empresa, como Pelotas e Rio Grande, que já não suportam o aglomerado humano, que se deslocam para cá, estes que ficam na volta da Mirim e Patos, como Arroio Grande, Jaguarão, Pedro Osório, Laranjal e tantos outros, que vivem há mais de 50 anos no Mar da Tranqüilidade, agora abalado por tão infeliz reportagem.
Desse modo, pedimos que, por estarem tão próximos destes confins da Pátria, num deslocamento de somente duas horas, que se programem para fazerem algo com informações corretas, aproveitando o que de bom possuímos e mais, dando uma demonstração de boa vontade ao fazer algo que fique para sempre, num misto de propaganda turística tão apregoada por vocês e que ofereçam a verdadeira beleza que é... estar no Mar do Hermenegildo.

 

Representam o verdadeiro Hermenegildo na estação do veraneio

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br