O
1º Jornal do Século XX e o Artista Supremo
Esta cidade, em especial, por sua colocação
geográfica no extremo sul e mais do que isso, pelo
isolamento nas comunicações viárias,
destacou-se por apresentar uma grande plêiade de jornais
que eram os porta-vozes dos seguidores políticos.
Primeiro no Império, quando surge o decano de nossos
periódicos, que foi O VITORIENSE em 1876 e depois,
seguiram-se outros de tendências partidárias,
culturais e humorísticas, sendo que muito destes,
viram-se “empastelados” pelas pessoas ou entidades
que se sentiam atingidas por eles.
No início do século XX, mais precisamente
em dezembro de 1900, surge um semanário, cujos proprietários
eram um grupo de indivíduos preocupados em denunciarem
fatos que estavam contra suas idéias. Político,
jocoso e em muitas vezes ferino, o que dá mostras
de sua situação que durou tão pouco,
desde 1900 a 1902.
A grande novidade do mesmo residia em que toda a sua escrita
fazia-se à mão, numa caligrafia muito clara,
moda da época, quando nas escolas era obrigatório
o estudo da letra, clara e bonita e alem disso, todas as
ilustrações sempre estavam elaboradas pela
arte do grande mestre que falaremos a seguir.
O GAIATO, esse nome simbolizava a filosofia do mesmo, exemplo
de edição que se fazia em tão priscas
épocas. Desde sua frente, até os desenhos
de figuras e de propaganda. Na realidade, via-se a arte
do seu redator. O último número saiu à
consideração dos leitores em março
de 1902.
Mas, o encantamento desse trabalho deveu-se a um conterrâneo
chamado FRANCISCO GOMES DE ALMEIDA, mais conhecido por “Chico
Almeida”, misto de poeta, pintor, autor teatral, artista
do mesmo, inclusive o último grande grupo cênico
que teve nossa terra levou o seu nome, e, além disso,
fotógrafo e como curiosidade, queremos destacar que
a maioria das fotos familiares, principalmente dos casais
da época, era feitas por ele e depois, retocadas
em nanquim ou crayon. Dificilmente uma casa que tenha colocado
na parede da sala um medalhão em pintura ou fotografia
desse período, o autor não será o Chico
Almeida.
Com o nível cultural de 5º ano, este especial
homenageado, falava fluentemente o francês que aprendeu
por si só, já que a moda era a comunicação,
nos meios da elite cultural na emposada língua européia.
O GAIATO foi um marco que honrou as letras e a arte dos
santa-vitorienses e FRANCISCO GOMES DE ALMEIDA, soube, mercê
a sua grande aptidão, honrar a cultura destas terras
tão isoladas no distante pago do Rio Grande do Sul
e do Brasil.
Pergunta da Semana:
Que expressão é esta: “Jogo nos Primeiros”?
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