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A História nem sempre é comprovada com documentos

Outra vez o transporte coletivo

Ocupar este espaço para falar do Transporte Coletivo em nosso município que, aliás, não será o último, é motivado pela importância que as viagens tiveram em nosso meio e os deslocamentos em grupos foram, acima de tudo, sempre uma aventura, fazendo-nos, além do transtorno e perda de tempo, ser uma mudança épica que os jovens de agora, incrédulos, assistem as narrativas, como se fossem fatos de outro planeta.

Caminhos intransitáveis, lagoa perigosa e baixa, sem falar na rota atlântica, isolada e sem fim aos viajores, tornaram em nossos habitantes uma constante de apreensão e medo, por não saberem o momento feliz ou não do término das viagens. Por isso transcrever dois instantes desses acontecimentos, colabora com a História dos transportes em grupo por estas bandas e aqui se faz referência a dois fatos pouco conhecidos da era da navegação lacustre e do transporte rodoviário pela beira do mar.

É clara a leitura do jornal “Sul do Estado” da mesma data da crônica anterior, de uma concorrência feita pela Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, com data de 22 de março de 1928, para a venda do velho Vapor Juncal que por tantos anos serviu à comunidade santa-vitoriense e fronteiriça para seus deslocamentos a Jaguarão, Pelotas, Rio Grande, e em algumas ocasiões, até a capital do Estado.

Era moderno e rápido para a Época, mas foi perdendo espaço para o vapor Rio Grande, que oferecia grandes vantagens, mas que também o conheci em seu final, como chata em Santa Isabel, no canal de São Gonçalo, transportando pedras para a firma Matarrazo, ai estabelecida.

Onde terminou seus prestimosos dias e por quem foi comprado e serviu, posteriormente? Nada se sabe, além de algumas informações pessoais, que pelo longo tempo do acontecido, foi se transformando em lembranças e é assim que esta parte da narrativa termina. Grande injustiça para um próprio que tento fez por estas plagas sulinas.

O outro acontecimento, também, muito curioso, foi a linha de ônibus, via litoral do sul, desde a cidade de Rio Grande, Cassino, Hermenegildo, Barra do Chuí, Chuí e finalmente nossa cidade.
A empresa chamava-se LINHA DE ATUO-ONMIBUS DO COLÉGIO BAPTISTA RIO-GRANDENSE, da cidade mais antiga dos gaúchos. Fazia seu trajeto entre Santa Vitória do Palmar e Rio Grande entre sextas feiras do urbe portuária para cá e desde nossos limites, aos sábados, para lá.

Não foram encontrados subsídios escritos e registrados e, como já nos referimos, poucas pessoas lembram dessa firma transportadora, com a curiosa façanha de funcionar somente nas sextas e sábados. Se assemelharia à outra linha, a Potin, que nos inícios de 50, por serem seus proprietários de uma religião protestante, não o faziam no último dia, retornando, domingo a funcionar.

Paulo Guerra, o Paulo da Paz, referia-se vagamente a essa firma, como vendo-a passar quando este dirigia seus carros de aluguel, caminhões e mesmo os ônibus da empresa Atlântica, do grande José Benito de los Santos e seu sócio, prematuramente falecido Giácomo Frigério, o “Jaculim”. Recordava então, que parece que a Linha de Omnibus do Colégio Baptista Rio-grandense era mais dedicado a fazer a ligação de jovens ou seus familiares que estudavam naquele educandário. Paulo Guerra nunca afirmou tal fato, como tantas vezes o fez, com convicção e honestidade.

Sua passagem por aqui diluiu-se nas brumas do mar-oceano de nossa terra, mas como fato inusitado, queremos chamar a atenção para a precariedade de fazer a travessia desde a Barra do Chuí, até nossa cidade, provando que as viagens pela costa, embora sem destino certo eram mais seguras que o resto “por dentro do interior”, como era expressão costumeira por estas bandas. A passagem desde Rio Grande até Santa Vitória pela rota já transcrita custava 40$000, numa distância mais de 300 KM, mas para fazer 250 Km pela praia, valia 8$000.

Que diferença entre os valores, numa quilometragem que pouco se diferenciava, já que até ao balneário extremo do sul do Brasil, Rio Grande-Santa Vitória do Palmar com Rio Grande-Barra do Chuí era menos.

Voltemos ao velho Lobo da Costa, o castelhano Paulo e ele “acha que a foto agora transcrita neste espaço poderia ser de um velho carro coletivo com data da antes de 1920, embora, pela estampa aqui impressa, nunca reconheceria a firma em questão.”

Se por uma grande felicidade, algum leitor souber mais sobre esses dois instantes narrados, a História desta gente ficaria mais rica e com maior conhecimento para a posterioridade.

Ato de Concorrência para a venda do navio Junca l (Sul do Estado)

 

Anúncio das viagens de empresa Linha de Auto-Omnibus do Colégio Baptista Rio-Grandense( mesmo jornal)

     
 

Provável ônibus da firma em questão estacionado nacosta do mar.

 

Vapor suncal no porto local. (Foto oferecida por Rudá Estrela)





Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br