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LUIZ SINOTE MOREIRA – O RUSSO

Pessoas várias chegaram a esta terra por muitos motivos e conseguiram doar-se, de tal maneira, que ficaram para sempre, mimetizados dentro da vida santa-vitoriense, fazendo o bem, nada destruindo, criando, naquela atividade, que era sua inclinação. Muitos vieram na estela da profissão, outros, procurando uma melhoria existencial e também, além, de tudo isso, derramando seus dons mais diversos, nos ramos da arte, cultura e muito mais ainda, granjeando a admiração de grande maioria, e uns, partiram deixando saudades, outros, nada acrescentando em sua estada por aqui e raros, marcando sua efêmera permanência dentro da discórdia e malquerença, resultando desgosto para esta comunidade sulina. A História é irrefutável e sempre sabe julgá-los.
Aqueles que se dedicaram com ardor em busca de uma realição durante a sua permanência, eternamente saberemos dedicar-lhes um grande apreço e ficarão no coração de todos. Dos primeiros, a gente rapidamente os esquecerá, mas estes últimos, estarão definitivamente no meio de todos.
Refiro-me a LUIZ SINOTE MOREIRA, o RUSSO, que chegou em nossas plagas nos anos vinte, vindo da sua cidade natal de Pelotas e falecendo aqui, em 31 de agosto de 1936.
Homem humilde e simples, de profissão, marcineiro, residindo na cidade exerceu a sua profissão, tendo como local a famosas carpintaria do gringo “CHICO CAVA”, onde hoje está funcionando o Centro Administrativo da Prefeitura Municipal, na esquina da rua Conrado Alves Guimarães, com gal. Osório. Por força de seu trabalho, deslocou-se para a Barra do Chuí, onde construía “chalés”, tão em moda, de madeira, com telhas francesas e altos do chão, para fugir da praga da areia e das inundações, mesmo colocados em cima das barrancas.
Teve com companheira a srta. Aida Pereira, filha de Denolé Pereira, que era da tradicional família de Joca Documento e que completou o seu ciclo de vida na bela estação balnear do extremo sul, às marges do arroio, quando este desembocava em sua frente num mudar constante da foz.
Conquistou amigos sempre e foi indroduzido na sociedade fechada de nossa terra, principalmente dentro das fileiras do veterano E. C. Vitoriense que reunia a elite mais destacada, por estes lados.
Foi um dos maiores jogadores de futebol que passaram por nossa terra e aqui transformou-se num símbolo de esportividade sendo um verdadeiro “crack” da bola. Jogador que perambulava pelo meio campo do verde-negro, foi referencial na posição, que teve tantos destacados atletas de antigamente, como Aparício Chaves, Gusman João Melo, Salardo, os irmãos Birilas, Orcina e muitos mais. No clube que defendeu com ardor, seus pares resolveram, colocar na sua camiseta nº 5, que na época era vestida somente por grandes jogadores que se dizia, “de classe”, num bordado que até hoje se repete, o seu apelido esportivo de Russo, devido a cor avermelhada dos cabelos e a pele branca, dando a entender, que o mesmo era de origem européia do norte.
Luiz Sinote Moreira foi ceifado num momento de epidemia de febre paratífica, como está colocado em seu atestado de óbito. Na plenitude de sua vida física e capacidade empreendedora, mas marcou aos que conviveram com ele. Seu velório foi um dos mais concorridos e sentidos e quase toda a sociedade lá estava, prestando-lhe as últimas homenagens. Não havia bandeira de clubes que não se fizessem presentes, porque este cidadão, era uma marca e que nunca foi olvidado.
Como final de seu velório, aconteceu o discurso do grande médico conterrâneo Brasiliano Ítalo Patela, ardoroso Vitoriense e entre tantos apodos relativos ao homem que foi, dizia:

“Emigrou do campo de nossa bandeira como um signo de luz em trajectória fulgurante, a estrella máxima de seu firmamento, deixando uma saudade”

RUSSO ficou no coração dos verde-negros, pela sua humildade, modéstia, por seu comportamento, dentro e fora dos campos. Leva a camiseta nº 5 da tradicional agremiação mais antiga do município, o seu nome, no lado do coração e deixará essa réstea de Luz, porque ele, um aglutinador de obras, nunca foi de destruir algo, por menor que fosse. Muitas casas atestam isso, o primeiro clube Beira Mar marco da sociedade da Barra do Chuí, mas o que, mais o enlevou no conceito de seus concidadãos, foi a sua postura de atleta, exímio jogador de bola, mas acima de tudo, um homem conciente de seus deveres e que por aqui, somente plantou sementes do bem e dor amor.
Grande Luiz Sinote Moreira, o inolvidável RUSSO! A HISTÓRIA já te julgou e sempre serás um marco nesta terra que completa seus 150 anos de fundação.

 

Luiz Sinote Moreira – O Russo

 

Lolota com a camisa com o nome Russo



Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br