Ruas
de nossa Cidade nos fins dos Séculos XIX e XX
Uma das características de nossas ruas, já
estabelecidas desde a fundação da povoação
de André, foi seu posicionamento em relação
aos pontos cardeais. Chamo atenção para o
fato de que nossas vias públicas não eram
como normalmente são traçados os países
de origem luso-espanhola. Estes, quando não houvesse
um acidente geográfico (rio, baia, beira de mar,
floresta e montanha) que posicionassem as vias, as mesmas
ficavam estabelecidas observando o norte-sul e o leste-oeste,
como hoje podemos ver bem próximo nas cidades Chui
e Chuy, na fronteira meridional brasileira.
As ruas da nossa Santa Vitória do Palmar, na clarividência
da Mal. Soares de Andréa foram demarcadas com uma
inclinação para não coincidirem com
os pontos cardeais já citados. É de entender
que, estando a povoação edificada em cima
de uma coxilha assolada por terríveis e constantes
ventos do nordeste, sul, sudeste e pampeiro (noroeste),
essas vias de trânsito se transformariam em canais
de circulação eólica, que colocariam
o reduto num verdadeiro inferno, durante as ventanias. Agradeçamos
a capacidade do engenheiro que foi o nosso demarcador, quando
do pedido dos moradores das redondezas, cada um tendendo
para seus próprios interesses.
Outra situação não pouco comum na
formação dos locais populacionais, era a largura
e retidão das áreas de circulação
tão diferentes das grandes cidades de então,
com vielas estreitas e tortuosas. Todas saíam desde
o quadrilátero da praça central que leva o
nome, por justo merecimento, da grande autoridade que aqui
esteve representando o Brasil, na demarcação
das fronteiras austrais como Uruguai. Graças a essa
situação, embora pequena, não apresenta
problema de trânsito tão comum hoje em dia,
mesmo em cidadelas menores do que a nossa.
Para finalizar esse assunto sobre nossas ruas, destaque-se
alguns nomes que hoje somente estão presentes na
memória dos mais antigos e no relato de Tancredo
Fernandes de Mello.
Rua do Comércio, atualmente chamada Barão
do Rio Branco: a rua principal que homenageia este grande
brasileiro, que dividiu a lagoa Mirim com nossos vizinhos;
Olaria, que leva o nome de Andradas: em memória
dos irmãos Antônio Carlos, Martim Francisco
e José Bonifácio, que se destacaram em nossa
independência;
Amaral Pedro, hoje rua Mirapalhete: lembra a figura do
nosso fundador.
Manoel Pereira, no momento designada Conde de porto Alegre:
figura militar do exército nacional;
São Miguel (não a atual, ao norte da cidade),
mas a Gal. Câmara: que merecidamente leva o nome de
um dos filhos mais importantes de nossa terra, o prefeito
Bel. João de Oliveira Rodrigues;
Do Riacho, estabelecido na parte sul, atualmente chamada
de Saldanha Marinho, grande político nacional e propagandista
da república;
Veneza, que se chamou depois 7 de Abril e atualmente traz
como patrono o ilustre santa-vitoriense, Bel. Manoel Vicente
do Amaral e que do primitivo nome lembrava a cidade italiana
construída em meio às águas. Via que,
devido ao estacionamento aqui de carretas uruguaias de Gal.
Rivera, dava semelhança àquela urbe do velho
mundo.
Ruas arenosas, retilíneas, por onde passou a História
de nossa gente, equilibrando-se nos cordões de pedras,
evitando-se as dificuldades de areia e barro e que hoje,
completamente revestidas com pedras ou asfalto, foram o
testemunho do nosso desenvolvimento e do traquinar de pessoas
que fizeram perpetuar a vida destes habitantes do sul.
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