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BACHAREL EM DIREITO – Jorge Calvete e o Médico Flor Amaral
Dois Conterrâneos servindo a sua Terra

No período inicial dos anos 50, vimos aparecer uma grande conquista que até hoje repercute no desenvolvimento e no aprimoramento do cidadão santa-vitoriense.
Foi a criação do Ginásio de Santa Vitória, que neste dia 12 de maio, estará completando mais um aniversário, entidade que surgiu de esforço de todas as frentes políticas, econômicas e culturais, com um pequeno desvio, que de tão mesquinho, não vale a pena rememorar.
Num rincão tão longe de tudo, nossa gente, dividida em todas as áreas comunitárias, viu-se unida num esforço hercúleo e nesse ano inicial da década, assistimos a criação dessa instituição de Ensino Secundário, o ansieado Ginásio, que levaria os estudantes locais às portas do ciclo secundário que os conduziria aos bancos de nossas poucas faculdades, principalmente de Pelotas e Porto Alegre.
As dificuldades foram muitas! A Maçonaria, o Rotary Club, a Associação Comercial, a Rural, Câmara de Vereadores, Prefeitura Municipal, sem falar no Partidos Políticos, UDN, PSD, PTB e PL arregimentaram forças e destas surgiu a instituição maior que foi o Ginásio de Santa Vitória do Palmar, anímica, além de política, que viu seus frutos serem coroados de êxito e por isso, passamos a ser possuidores de uma escola grandiosa.
Gosto da frase do Presidente da Câmara de Vereadores na ocasião que disse que: “a nossa História divide-se em dois instantes: antes e depois da criação do Ginásio Santa Vitória.”
Frase lapidar do Bel. Cândido Auch Ribeiro.
Os demais vultos já foram homenageados em outras crônicas deste espaço.
Os caminhos eram tortuosos, os canais difíceis, mas a luta desta gente era enorme, sempre esbarrando em obstáculos que pareciam intransponíveis, mas a fé, ultrapassava as urzes que estavam à frente.
Entre eles, o maior, era a precariedade econômica de nosso governo municipal, outra, a oficialização legal de ato criatório e entre ele, a razão deste trabalho.
Era necessário que o novel instituição tivesse a fiscalizá-la um advogado local que se dispusesse responsabilizar-se pela fiscalização nacional, no cargo de Inspetor Federal.O nosso primeiro concidadão consultado seria Jorge Calvete que atuava no Fórum local. Este homem prontamente se inclinou a servir e foi, durante todo período que a legislação brasileira assim o exigia. Tudo pronto, mas, novamente outro entrave apareceu, que foi a remuneração profissional desse trabalhador. Dr. Jorge, como era conhecido, prontamente colocou seus serviços gratuitamente.
Começou seu trabalho visitando o educandário que funcionava na Casa Rural, sede recém inaugurada para abrigar os pecuaristas da região e mesclando-se na labutada para vencer as dificuldades inerentes do novíssimo colégio e de suas implicações legais.
Dr. Jorge Calvete prestou seus serviços com entusiasmo e honestidade, realizou as mais diversas obras com olhar de entusiasmo para escola que sempre foi orgulho de todos. Os municipes locais reconheceram sua entrega e o homenageiam até hoje, tendo-lhe estes enorme dívida de gratidão.
Outro grande entrave apareceu frente àqueles que tendo as grandes dificuldades econômicas, sabiam como era difícil sair menino para passar nos bancos escolares de outras cidades. Sentiam quão quase instransponível era passar a caminhar pelos sendeiros do saber.
Assim surge um médico formado poucos anos antes e que também, a maneira do profissional anterior, dedicou uma parte de seu tempo, que era pouco, para atender aos jovens estudantes que precisavam, além da atenção da medicina, passar pelas mãos de uma pessoa especializada no setor.
Este, é o médico Flor Amaral, que havia chegado da distante cidade de Mostarda, também, região litorânea e que, como filho desta terra, passou a residir entre nós.
Foi de uma dedicação total! Recebia os alunos, principalmente no início do ano letivo, para uma revisão de sua condição clínica que lhe dava passaporte para ser ginasiano.
Era comum ver os estudantes, independentes de classe econômica dirigirem-se ao consultório do Dr. Flor, afim de fazer a sua revisão anual ou, em outras oportunidades, reparar algum mal físico e muitas vezes, espirituais, transformando o grande cirurgião, em conselheiro, tanto ao estudante, como de sua família.
Com o passar do tempo, as exigências narradas acima foram extintas quando o Ginásio de Santa Vitória deixou de ser municipal, para incluir-se no ramo daqueles que agora eram comandados pelo nosso Estado.
Foi outro momento dessa instituição, mas o bacharel Jorge Calvete, que não está mais entre nós e o médico Flor Amaral, que vive uma merecida aposentadoria, seguem no mais alto conceito entre os seus conterrâneos, seguem no mais alto conceito entre os seus conterrâneos, fazendo recordação de dois homens que já afastados dos bancos escolares, serviram à sua Terra com dedicação e denodo, nada esperando em troca, que dar um serviço de alta qualidade, enquanto solicitados.
Dr. Jorge e Dr. Flor estão definitivamente guindados a um ponto alto na galeria junto a todos os que deram à está Terra de Santa Vitória do Palmar, um pouco de si, para a realização de muitos.

Médico Flor Amaral Foto FBM/Liberal.
Advogado Jorge Calvete – Foto Arquivo.

 

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br