GINÁSIO DE SANTA
VITÓRIA
SUA TRAJETÓRIA ESPORTIVA EM NOSSA SOCIEDADE
No
início dos anos 50 nosso município apresentava
como esporte base o futebol. As demais modalidades, como
ping-pong, basquete, vôlei e atletismo não
representavam muito destaque, por isso, o bola-pé
e as corridas de cavalos eram as mais procuradas práticas
esportivas em nosso meio.
Com o surgimento do Ginásio e tendo este uma cadeira
regular de Educação Física, brilhantemente
ministrada pela professora Gilca Calvete Estrela, começou
nossa comunidade a se interessar mais por atividade que
não as já citadas. Mesmo assim, a ginástica
nos dias de aula no campo de E.C. Rio Branco era uma novidade
que atraia a juventude estudiosa para comparecer naquele
local, para apreciar o desenvolvimento dos estudantes, principalmente
das moças, tão graciosas a bonitas.
O Ginásio de Santa Vitória começou
a arregimentar alunos que tivessem inclinações
para a manifestação das atividades físicas
mas, o futebol e o vôlei pontificaram entre eles e
tendo a frente o já citado em crônica anterior,
Osvaldo Martino, o querido Osvaldinho.
Surgiram, por essa razão os times de futebol e vôlei
masculino e feminino. A turma escolheu duas pessoas muito
ligadas à escola, que eram Walterlo Camejo, pai de
dois cracks do momento e de Pedro Costa, o Pedrinho da Renner,
que vislumbravam no esporte, uma maneira de arregimentar
jovens para seguirem nos estudos.
Estes dois senhores começaram a preparar os interessados
para formarem times que viriam marcar época, tanto
aqui, como no Uruguai, principalmente Chuí, Castilhos
e Rocha e ainda Jaguarão. Foram confeccionadas as
camisetas com as cores azul e branca, como as fotos demonstram
e dirigidos por eles, começaram uma trajetória
que marcaria definitivamente e a vida desportiva no extremo
sul.
Durante as férias de julho e no mês de Dezembro,
com a chegada dos “estudantes de fora”, jovens
conterrâneos que estudavam em Rio Grande, Pelotas,
Porto Alegre e outras localidades, que pertenciam ao Grêmio
dos Estudantes Santa-Vitorienses, aconteciam grandes festividades
nos campos de nossa cidade, tendo como destaque a força
no futebol e vôlei dos ginasianos daqui e no basquete,
os dos que iam estudar “pra dentro”.
A cidade toda se mobilizava para assistir os embates que
contava, por parte dos mergulhões, com jogadores
do porte de Nelsito, Fonso, Valnei, Osvaldinho, Holmis e
tantos outros que já participaram das equipes de
cima, como a dos tricolores e verde-negros e por parte dos
alienígenas, jogadores de grande categoria, profissionais
alguns, como, Ápes, Duartinho e tantos outros.
Eram momentos inesquecíveis naquele período
tão gostoso para uma sociedade isolada como era a
nossa naquele então.
Mas o grande momento foi quando, por primeira vez, o Ginásio
de Santa Vitória deslocou-se para Jaguarão
e numa confraternização de 4 dias fez “bonito
papel”, como se dizia antigamente.
Sob o comando do professor Raimundo Martins Ribeiro, tendo
como acompanhantes mães de alunas e amigos do educandário,
partiram num iate e fizeram a travessia que durou uma eternidade,
saindo do nosso porto ao alvorecer para chegar na cidade
do outro da lagoa Mirim, altas horas da noite.
A recepção da comitiva sulina por parte dos
jaguarenses e principalmente do Ginásio do Instituto
Porto Alegre, o IPA, que naquela cidade possuía uma
filial, foi maravilhosa, porque além dos embates
esportivos, a confraternização social com
bailes foram muitas e que ainda fazem parte do ideário
de todos os que formaram aquela caravana.
As moças da esquadra de vôlei não tiveram
sucesso como jogadoras, mas encantaram a turma de lá
por sua graça e beleza, deixando muitos corações
daquela gente estudantil, a palpitar por muito tempo. A
esquadra de vôlei masculina venceu galhardamente os
ipaenses, mas o grande feito foi com o quadro de futebol
que derrotou os donos da casa pelo escore de 2 x 1 e mostrou
o valor da nossa gente.
A viagem de volta foi também demorada, mas com a
consciência do dever cumprido e nessa idade adolescentes
onde retumbam mais os feitos vitoriosos, fez com que esta
escola ginasial mostrasse o seu valor e os estudantes afirmaram
o seu trabalho e amor as cousas de Santa Vitória
do Palmar, nas cores, azul e brancas do Ginásio tão
querido.
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