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Cemitérios -onde desemboca a nossa História

Nossa cidade teve a caracterizá-la, dentro das realizações fúnebres, dois cemitérios que serviram de pousada aos restos daqueles que cumpriram sua jornada em vida e que por aqui deixaram seus corpos.
Esta situação, da qual ninguém está excluído de passar, como em todos os lugares onde a sociedade se organiza, vem de uma prática dos primitivos habitantes do lugar. Os cadáveres eram enterrados onde acontecessem as mortes (como em cerritos, fundo dos campos, encruzilhadas e, mais ainda, em pontos estratégicos, conforme a crença do indivíduo). Há tantos fósseis humanos encontrados por aí que o ideário popular, primeiro, concluía serem índios, e depois, infelizes personagens cuja vida foi tirada pelo homicídio.
Mais tarde, por higiene ou segurança, os restos dos cidadãos passaram a ser depositados em igrejas. Se estes fossem de estirpe nobre ou rica, eram enterrados nos bucólicos recantos das fazendas e mais tarde em locais cuidados e dirigidos por confrarias religiosas. Somente mais tarde, com o advento da República, surgiram os locais de enterros públicos, sob o mando do estado brasileiro e, salvo em ocasiões especiais, os defuntos não poderiam ser enterrados fora dessas áreas consideradas santas e, muitas vezes, assombradas.Outra imposição da Justiça que vinha desde a colônia era o registro de óbitos, o qual deveria acompanhar o inditado e este era realizado pela Igreja Católica e registrado nos livros dessa entidade.
O nosso primeiro cemitério, cuja forma conhecemos hoje, localizava-se numa área mais ou menos entre a Bento Gonçalves, Conde de Porto Alegre, General Portinho, Barão do Rio Branco e adjacências, mais ou menos onde se encontra o Colégio Estadual Santa Vitória do Palmar, vindo para leste quase lindando com o Grupo Escolar Manuel Vicente do Amaral.
Fato interessante: onde a sabedoria acabava, mais tarde surgem templos que disseminaram saber em nossa gente!
Muitos que vivem entre nós conheceram os restos desta antiga necrópole e bastante viram animais pastarem e meninos jogarem futebol entre os túmulos restantes que, porque não, serviam de local ermo e perigoso para tocaias e fortuitos encontros de amor no silêncio sepulcral do local.
Outra demonstração de admiração surgiu desde cemitério que tanto serviu, foi que muitos velórios nos momentos finais eram realizados na Igreja. Esta possuía dois becos laterais que hoje são travessas; a do lado sul leva o nome do grande conterrâneo engenheiro agrônomo Guilherme de Sousa Castro; a do norte, o do padre José Garcia. No local, que pertencia à diocese do Taim, rezou-se a primeira missa na capelinha em palha criada por Manuel Corrêa Mirapalhete.
As mortes que afligiam a comunidade em grande parte eram por doenças contagiosas. A crendice popular estabelecia que o enterro deveria ser direto no cemitério, por isso foi construída uma rua que começava na Sete de setembro, bem no meio, em direção ao leste e que servia para que os cortejos se deslocassem até as imediações do Grupo Escolar, hábito cuja finalidade era espantar os perigos dos contágios.
Com o crescimento da nossa cidade, que agora comporia a nova unidade municipal do estado do Rio Grande do Sul, mais o perigo das contaminações, em dezembro de 1888, o local deixou de servir a comunidade e transferiu-se para um local bem distante, onde ainda está hoje e que seria inaugurado em 1º de janeiro de 1889, quando também começava a extinguir-se a monarquia em nossa terra.
Ainda hoje, já remodelado e praticamente dentro da situação urbana, este foi o local destinado aos restos dos cidadãos que deixavam suas vidas aqui. É interessante frisar que por muito tempo existiram restos de túmulos e imagens, várias delas de mármore europeu, grande moda da época, trabalho feito para prantearmos nossos entes queridos e, finalizando, as lembranças destes lugares.
Queremos ressaltar que no pórtico do cemitério municipal, que hoje serve aos santa-vitorienses e outros que por aqui ficaram, existe uma inscrição que além dos símbolos maçônicos, tão em moda no momento da construção, coloca assim: CEMITÉRIO, CIVIL
Reparem bem os leitores o nome do local, com uma vírgula cuja simbologia não conhecemos. Curiosidade que se apresenta quando vamos levar os nossos ou visitar essas tumbas numa reverência de fé e de saudade.


Amigos Carmelina e Roberto

Agradeço o contato e deixo a correção mandada por vocês, sobre a crônica da colonização portuguesa e da construção do chafariz, complementando uma bonita história de amor entre o portuguesinho Pedro Estrela e a moçoila Arabela Castro. O nome do pai da moça não era Bernardino de Sousa Castro, o "Juca Castro", e sim José Joaquim de Sousa Castro.

Grato,

Homero


Foto do cemitério atual no livro "O Município de Santa Vitória do Palmar", de Tancredo Fernandes de Melo

 


Pergunta da semana:

Quem foi Alcides Maia e o que esteve fazendo em nossa cidade? Qual o ano dessa visita?


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br