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CRECHE BERNARDINA ARNONI – UM DOS MAIORES EXEMPLOS DE AMOR AO PRÓXIMO

Entre os descendentes de italianos, José Lopes Arnoni foi um dos que mais se destacavam na vida social de nossa gente, em especial, na evolução da pecuária da terra.
Embora, sem formação técnica na área rural, este conterrâneo tornou-se uma figura de proa no aprimoramento nos plantéis de bovino, ovino, sendo seus trabalhos reconhecidos em grande parte de nosso Estado, mais no Uruguai e Argentina. Muitas das suas teses sobre o desenvolvimento das raças e melhoria dos rebanhos serviram para levantar as grandes produções que os campos do sul da América apresentaram.
Entre tantas maneiras de dignificar o meio em que viveu por largos anos, deu-nos o filho José Lopes Arnoni Filho que seguiu-lhe os passos e se imortalizou entre seus pares como criador, juntamente com sua esposa, Luiza Erotildes Piraine Arnoni, de uma entidade que até agora presta seus inestimáveis serviços, principalmente à infância desvalida e que é conhecida pelo nome de “A CRECHE”. Hoje, a mesma transformou-se numa fundação que, além daquela finalidade exposta, dá guarida para o andamento de atividades assistenciais e culturais.
Leva o nome, esta instituição de FUNDAÇÃO BERNARDINA SILVEIRA ARNONI, em homenagem, respeito e gratidão à sua genitora e para isso, fez vultuosos aportes de dinheiro e bens para que ela, tão desejada e necessária por estes lados, fosse avante.
Antes, por inspiração do venerando homem do campo já apresentado no início da crônica, foi feita uma doação em terreno e uma pequena casa para instituir o Asilo, agora desativado Menino Jesus de Praga, tendo por finalidade, atender às meninas desvalidas e órfão para que tivessem um lar com os requintes de uma nova família que nunca conheceram.
A FUNDAÇÃO BERNARDINA SILVEIRA ARNONI, teve para garantir-lhe o funcionamento, uma doação de Cr$300.000,00 cruzeiros, e um patrimônio, no valor da época, de 2 milhões de cruzeiros, assim distribuídos: á antiga residência na rua Barão do Rio Branco onde a mesma está hoje e que era de propriedade do ex-prefeito Guilherme Castro. Prédio de grande valor arquitetônico e de lembranças históricas, bem no centro da cidade; mais ainda, uma área de campo nas localidades de Curral de Arroios e Afogados, perfazendo extensão de 2.548 hectares.
A escritura desse próprio benemerente foi feita no 2º tabelionato de Nelson Vasques Rodrigues.
Entre as principais cláusulas e condicionamento da doação estão as condições de:
1 – Os bens ora doados serão inalienáveis e impenhoráveis, bem como seus frutos e rendimentos;
2 – Os outorgados doadores reservam-se o direito de fazer a entrega afetiva à outorgada donatária dos bens com suas benfeitorias e construções, dentro de um preço de um ano, a contar da data da lavradura da escritura de doação.
Passo seguinte, foi contatar o bispo de Pelotas, don Antônio Zattera para fazer chegar até essa entidade assistencial de um grupo de “Irmãos de Caridade”, o que realmente aconteceu.
Vieram no ano de 1947 (um após sua fundação) as atendentes freiras de nome Foligna, brasileira de Mato Grosso e as norte-americanas Clarita e Luzia. As duas primeiras irmãs foram diplomadas na capital dos EUA, passando a servir nestas latitudes com afinco e dignidade.
Inicialmente esta monumental obra que talvez existam poucas no estado, com tantos recursos financeiros e de propriedade, chamou-se INSTITUIÇÃO DE CARIDADE BERNARDINA SILVEIRA ARNONI, mas agora é conhecida por FUNDAÇÃO BERNARDINA SILVEIRA ARNONI. A mudança do nome não importa porque ficaram nos ares e na gente de Santa Vitória do Palmar, a atuação profícua dessa entidade educacional e assistencial, provando o valor de nossa gente e o despreendimento da família Arnoni, nas pessoas de José Arnoni Filho, o seu “Queca” e de da. Luiza Erotildes Piraine, que demonstravam que, para o desenvolvimento de nossa terra e sua gente, os que tem, podem fazer o mesmo que aquele casal de beneméritos ou então, nos dias de agora, aplicar parte de suas riquezas na confecção de obras que produzam mais empregos, evitando o avassalador momento de violência contra a infância e ao patrimônio de todos, num distribuição eqüitativa de rendas.

 
José Lopes Arnoni, em Montevidéu cercado pelos conterrâneos ilustres José Lopes Arnoni Filho e sua esposa dona Luiza Erotildes Piraine
 
O primeiro lugar onde funcionou a instituição benemerente na rua principal da cidade
Construção do prédio que hoje abriga a maior parte da fundação Bernardina Silveira Arnoni
O material fotográfico é uma gentileza do casal João Arnoni e Diana.
Dados extraídos do acervo do pesquisador Rubens Carrasco.

 


Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br