FISCALIZAÇÃO NA FRONTEIRA
DO CHUÍ
DESTACAMENTO ADUANEIRO DO CHUÍ APELIDADO DE –
A CASA DO CACHORRO
Nossas fronteiras sulinas sempre foram um convite aberto
ao CONTRABANDO, repetindo crônicas anteriores, “uma
instituição quase legítima” por
moradores das imediações, primeiro, burlando
a fiscalização entre as nações
ibéricas colonialistas, para, depois, ser continuado
sob os paises independentes, Brasil e Uruguai.
Geograficamente, temos o arroio Chuí que no ponto
extremo, inflete para leste, indo ao mar e o São
Miguel que, vindo do sul, entra, seguindo o norte, na lagoa
Mirim. São cursos dágua, fáceis de
vadear e banhando lugares inóspitos, foram cenário
propício para o negócio em questão.
Entre eles, há uma zona cortada por uma linha seca,
estabelecida pelo tratato de 1855 e que hoje separa nossos
territórios e proporcionando que de lá, sempre
venha, gado, seus sub produtos e de cá, as mais cobiçadas
mercadorias, como, cachaça, álcool, café,
erva-mate, fumo e nestas épocas de um novo século,
quase tudo, desde que o câmbio e o preço ajustem
o mercado.
A preocupação antiga dos governos era que
existisse uma fiscalização eficiente e os
orientais construíram um primitivia área de
controle que ajudou muito na formação da,
hoje, cidade de Chuy e nós, também, usamos
este expediente. Do comércio e da guarda foram sendo
fixadas as bases de futuras povoações na região.
O nosso Destacamento Aduaneiro vem desde o ano de 1903,
conforme relatório enviado às autoridades
federais pelo chefe da Mesa de renda Federal da cidade de
Santa Vitória do Palmar, Sr. Domingos Plastina, onde
descreve a localização e sua forma, que está
atestada em várias fotos, inclusive, numa rara, que
aqui vai estampada.
Estava o mesmo localizado em terreno de Azequiel Toríbio
Silveira que para tanto, concedeu-o, de modo verbal, para
a ocupação do Governo Federal e que levou
o nome de POSTO FISCAL ӈ beira da estrada
que segue ao Passo do Chuí, próximo ao ex.
quartel da mesma localidade”. Ainda agora, a União
é dona dessa área e que chama a atenção,
por ser um importante ponto, localizado na via antiga e
citada, no entroncamente da que segue em direção
à Barra do Chuí, quase ao lado da ponte, e
que está desocupada.
Ai foi construído um “chalé” de
madeira, 3x5 metros, alto do chão, com piso de táboas,
por causa das inundações tão freqüentes
na redondeza, tendo, acima da porta, o escudo da República
Brasileira e um mastro para colocar nossa bandeira em dias
especiais. Era ocupada por Agentes de Repressão ao
Contrabando, que faziam plantão no prédio
e que moravam na nossa cidade.
É de lembrar as figuras de Luiz Torino, o popular
Lula Torino, Laerte Souza, Édres Corrêa (O
Capireca), Moacir Alves e outros e que possuíam o
encargo de fiscalizar a zona descrita, fazendo um trabalho
conjunto com o outro posto que se localizava na estrada
de São Miguel quase no limite com o Uruguai. Era
um ponto estratégico, dando uma vista para a estrada
que ia ao mar e que marcava a passagem, principalmente para
os automóveis trafegarem até a costa e daí,
dirigirem-se a Rio Grande e à Barra.
Pela sua configuração foi apelidado de a CASA
DO CACHORRO e que assemelhava-se ao próprio que era
tão comum existirem nos pátios para dar guarida
aos fiéis guardiães de nossa segurança.
A CASA DO CACHORRO foi perdendo a sua importância
porque, a então vila do Chuí, começou
a crescer para o lado oeste, principalmente após
a abertura da rodovia federal que viria ser a BR-471 pelos
idos de 50 e no entroncamento dela, com o empedrado que
seguia ao oceano, foi edificado outro Posto Aduaneiro, ao
lado da praça principal chuiense, que leva o nome
do herói santa-vitoriense, da 2ª Guerra Mundial,
capitão Nestor Corbiniano de Andrade.
Quando entra o período de 1970 a Receita Federal
passou para um magestoso edifício à margem
da rodovia federal e que também, abriga um posto
da Polícia Federal.
Muitas das informações foram alcançadas
na previlegiada memória de Joaquim Torino, funcionário
federal e de Rivadávia da Silva que em 1954 chegou
até aqui, conterrâneo, que estava prestando
seus serviços no Paraná mais ainda, graças
a gentileza do funcionário Hermes Posada e do Delegado
da Receita Federal, Sérgio Renato Ribeiro Marques.
Hoje, quando completamos 150 anos, sentimos orgulho de tão
imponente acomodação alfandegária,
mas não deixamos de ter uma ponta de nostalgia e
reconhecimento, por aqueles que souberam representar a posição
nacional nos campos extremos do Brasil e que foi, como base,
a visão e benemerência de Azequial Toríbio
da Silva e de tantos outros, que fizeram nestas lonjuras,
uma permanente vigília para a configuração
soberana da Pátria.
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1º Posto de Fiscalização
Aduaneiro – A Casa do Cachorro. |
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Novo destacamento na cidade do
Chuí. |
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O moderno Posto Alfandegário
erquigo desde 1970. |
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Rivadávia Silva e colegas,
entre eles Quinca Torino
e esposa, Leda Cardoso Torino. |
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