A
Vila do Chui viu nascer Viviane da Rosa
Desde menino aprendi a respeitar um casal de funcionários
públicos federais que atuavam nos Correios e Telégrafos
da Vila do Chui, que é hoje a próspera cidade
de mesmo nome, que comanda o município e, que juntamente
com Santa Vitória do Palmar, é a presença
brasileira no extremo sul da Pátria. Refiro-me aos
respeitáveis cidadãos José Antônio
e Célia da Rosa.
No início de 60, me aproximei ainda mais de ambos,
tendo em vista que seus filhos Ildo e depois Viviane, passaram
a ocupar as carteiras do Ginásio, no Colégio
Estadual, vindo a ser meus alunos naquele período.
Exemplos de retidão cursaram as quatro primeiras
séries e depois saíram em rumo de um futuro
melhor e que tenho certeza, o encontraram.
Ildo é delegado da Polícia Federal, desde
muito tempo radicado em Brasília, professando seu
mister com dignidade e retidão. Dele, sempre acompanhei
a trajetória, tanto profissional, como cultural.
Orgulho dos conterrâneos e de seu velho mestre que
continua nestas terras “mais ao sul”.
Viviane da Rosa, depois que daqui se ausentou, perdi o
contato, embora sabendo, e também com fé em
sua evolução cultural e como colega, iria
dar-se positivamente na difícil tarefa de ensinar,
graças ao seu notável empenho em saber mais.
Para minha surpresa lendo o boletim informativo O Federal,
Órgão Oficial de Informação
da Associação Federal de Polícia (edição
nacional), encontro à transcrição da
posse de Viviane da Rosa como Diretora da Academia Nacional
de Polícia. Emoção é muito pouco
para descrever o que sinto ao tomar conhecimento que esta
menina loirinha e frágil, sempre acompanhada pelo
irmão, um homenzarrão e orientada pelos pais,
viria a ser guindada a tão alto cargo.
Surpresa sim, mas não com a capacidade de Viviane,
mas pela posição de minha ótica. Sentia-a
dentro de uma sala de aula cercada de crianças e
não de circunspectos agentes da lei, recebendo seus
ensinamentos e muito mais do que isso, a sua orientação
de moça firme e reta que sempre mostrou ser.
Outro detalhe que encanta em Viviane é que carinhosamente
refere-se à sua terra natal, Santa Vitória
do Palmar e mais, a então pequenina Vila do Chui,
além do orgulho que mostra em ser gaúcha.
Tenho certeza que o progresso foi à custa de seu
esforço pessoal, sua confiança na família
que sempre a teve sobre seu amplexo, mas acima disso tudo,
o valor reside na perseverança inquebrantável
que sempre punha em tudo e pelo visto, continua deixando
no que faz.
Cumprimentando meu aluno Ildo, sua mãe Célia,
na memória de seu pai e em todos que cercam esta
moça, deixo o meu abraço saudoso, mas acima
de tudo, enorme de satisfação, por ter entre
meus conterrâneos, não mais a frágil
e bela estudante ginasiana, mas a chefe que agora dirige
a Escola de Polícia Federal, que dignifica a sua
profissão e que enobrece a todos que com ela viveram
e acreditaram em sua potencialidade.
Bel. Viviane da Rosa minha querida aluna, ontem tão
menina e hoje, dirigindo esta instituição,
honro-me de ver que as coisas simples a gente nunca esquece
e a profissão de amar transborda-se para as margens
do pequenino arroio Chui, que a viu nascer nestas terras
mergulhonas que procuraram ser o marco da nacionalidade
brasileira. Sou grato... muito grato!
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