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Curiosas notícias em jornais sobre nossa terra

Santa Vitória do Palmar sempre foi pródiga em possuir jornais, que, a sua maneira, transcreviam notícias atuais e históricas, que hoje servem para um mais aprofundado estudo de nossa comunidade. Desde O Vitoriense, que foi o primeiro, e O Vitoriense, que é o mais novo, além do Liberal, que está entre os mais antigos de todo o estado, circulando desde 1933, semeando as notícias que fizeram esta pequena cidade do extremo sul do Brasil ficar na imortalidade. Fatos pitorescos que mostravam como era o "então" em nossa pequena aldeia na metade final de 1800 e que passamos a narrar para servir de comparação entre o ontem e hoje:

"Barbearia nº 1- José Soares Manzzano, estabelecido com barbearia na Rua do Comércio, junto à residência do escrivão Figueiredo Pereira, participa ao respeitável público desta vila e aos habitantes da campanha que continua a extrair dentes em sua casa ou na do paciente, bem como, fazer cumbações à platina em dentes cariados, dando-lhe o preciso esmalte, pois dispõe, para isso, de uma completa ferramenta que recebeu diretamente de Montevidéu.
Os preços de seus trabalhos são os mais razoáveis possíveis".

"Barbearia das Flores - esta casa foi estabelecida por muitos anos na cidade de Minas (República Oriental), hoje transferida para esta vila. O proprietário deste estabelecimento, José Barone, tem a honra de anunciar ao respeitável público vitoriense que sua casa está provida dos melhores e mais apurados utensílios concernentes ao oficio de barbeiro e de flebotomia (técnica de sangria); também tem uma máquina para tirar caspa da cabeça (hoje usada na Europa e em todas as capitais da América), um depósito de sanguessuga e os melhores feros para extrair os dentes. Faz- se barba, corta-se cabelos, lava-se a cabeça e aplica-se ventosas, sanguessugas e sangrias. Fazem-se trabalhos em cabelo, como sejam: anéis, quadros, correntes e outros objetos de gosto e fantasia. Atende chamados a domicílio".

Estas notícias tão importantes para a nossa comunidade foram transcritas no jornal A Reacção nos dias 25 de fevereiro de 1884 e 10 de março do mesmo ano.
Queremos destacar que aqueles estabelecimentos comerciais estavam localizados na rua do Comércio, que mais tarde, em 22 de junho de 1890, conforme destaca o jornal Diário de Rio Grande, editado na cidade portuária, teve seu nome mudado, conforme veremos a nota:
"Por proposta do membro da Junta Municipal, João José do Amaral, resolveu o mesmo poder mudar o nome da Rua do Comércio, para 13 de Maio."
Assim destacamos como eram os trabalhos em nossas barbearias e como estavam detalhados em nossos jornais, como também a localização na antiga rua do Comércio, que era e segue sendo nossa principal via pública, e mudou seu nome para 13 de Maio, para hoje ser Barão do Rio Branco, a eternamente popular "Faixa". Fatos de nossa terra que devem sempre estar na memória e que para isso, contamos com os valiosos apontamentos nos jornais da época.

Edição do jornal A Reacção, de 1884

Rua do Comércio, depois 13 de Maio, hoje Barão do Rio Branco, vista de leste para o oeste, no entroncamento com a Campos Neutrais, na praça Getulio Vargas (data provável: fim de 1800 ou início do século XX)


Pergunta da semana:

Qual o nome que possui o Riacho que corta a nossa cidade?
Resposta: Este Riacho, diferente dos cursos de águas, não possui um nome só e algo oficial. Recebe denominações por onde vai passando em sua viagem até o Passo do Colchão e daí, à Lagoa Mirim.
Começa com o popular nome de Riacho do Povinho, depois vem o da Turfe, mais adiante o da Usina e, finalmente, o da Cooperativa.

Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br