GENARO VIRGILINO MORRONI
– O HOMEM DE TANTAS FACETAS
Existem
pessoas dentro de uma comunidade que são referências
culturais, econômicas, políticas e tantas outras
atividades, mas algumas se distinguem por ficarem conhecidos
por que muito fizeram pelo meio em que viveram.
Um desses indivíduos, atrevo-me dizer sem medo de
errar, que foi GENARO VIRGÍLINO MORRONI.
Vejamos a localização geográfica de
nossa cidade, lá para o lado leste, quase na entrada
da mesma, quando chegamos ou saímos em direção
à BR-471. Não fazemos menção
à Avenida Bento Gonçalves e sim “a esquina
do Genaro”. Em outras épocas principalmente
nós, os jovens, amigos do filho do retratado aqui
e que prematuramente foi-se de nosso convívio num
trágico acidente, ao referir-nos ao seu nome, dizemos,
o JOSÉ DO GENARO.
Que tanto poder tinha este homem para relacioná-lo
com os fatos, pessoas e locais de nossa Terra?
É que ele, filho de imigrantes italianos, viveu nestes
lados fazendo de sua vida uma mistura de paz, amizade e
amor com os seus semelhantes e sua presença não
cessou com, a também, morte por um inexplicável,
e inusitado, acidente. As lembranças que o povo possui
dele o creditam para ficar entre os vultos que a história
reverencia para sempre.
Menino pobre, trabalhou desde pequeno e veio a firmar-se
nessa ocupação quando estabeleceu-se com uma
casa comercial, que pelo diversificado das atividades, passou
a chamar-se A MICELÂNIA, que servia desde os “secos
e molhados”, até, loja, fruteira, com carnes
e mais modernamente uma bomba de gasolina que abastecia
os retardatários e desatentos que deveriam viajar
“para dentro”. Nesse instante deve-se nomear
que o trabalho constante era coadjuvado pela família
a mais a conhecidíssimo “SEGUNDO”, cria
da sua gente e que era um trabalhador incansável,
inclusive quando a gurizada ocupando o automóvel
de algum pai, ficava sem combustível para as suas
andanças para o Chuí, porto, praias as maravilhosas
e silentes serenatas. Nessa ocasião ao pedido ao
Seu GENARO, este incumbia o atendente que proporcionasse
tão precioso elemento para trafegar o veículo.
Diga-se, de passagem, que, na maioria das vezes, eram colocados
alguns poucos cruzeiros no tanque, já que os bolsos
da turma não alcançavam para tanto.
O GENARO, como era mais conhecido, foi um alegre festero
e sempre estava nas reuniões pela vizinhança
ou como membro das diretorias dos clubes, principalmente
o seu Caixeiral, mais o Clube Recreio dos Veranistas, do
Hermenegildo.
Esportista dedicado e no seu querido G. E. Brasil, reduto
de gringos, fazia um trabalho a parte, para o desenvolvimento
de nosso futebol, onde participou até os seus últimos
dias.
Político atuante no Partido Social Democrático,
o PSD, e por ele foi vereador por mais de uma legislatura.
Com essa participação reuniu uma grande massa
de eleitores, onde a maioria, principalmente da zona da
Vila Jacinto, eram seus seguidores fiéis. Mas é
também de se dizer que, pelas mãos de GENARO
MORRONI, passava a ajuda para os mais necessitados, fato
este, que ele nunca se eximiu de dar.
E por fim, a grande paixão de sue GENARO, era a boêmia
que ele fazia constantemente, sempre indo dormir tarde,
passando pelos mais inusitados locais. Todos gostavam dele
com seu jeito de andar banbolhando e com os óculos
grossos de míupe, que lhe dava uma fisionomia diferenciada
dos demais.
Após a sua morte, a municipalidade, através,
de uma lei aprovada pela Câmara de Vereadores, o largo
em frente ao seu estabelecimento, recebeu merecidamente,
o seu nome – LARGO GENARO VIRGILINO MORRONI, ato este,
como a atestar a figura que foi o cidadão conterrâneo.
GENARO foi de tudo! Teve várias facetas em seu peregrinar
por estes lados. Sua atuação marcou um canto
próspero desta cidade e ainda o prédio da
Micelânea, continua ali, como prova de progresso desta
gente que recorda daqueles que sempre fizeram o bem, com
cordialidade e amor.
Lá vai GENARO VIRGILINO MORRONI, em direção
aquela esquina, que foi um ponto de atração
de todos que por lá passaram e é muito grato
lembrar a sua figura de homem que dedicou a vida para fazer
o bem!
É verdade...lá vai o GENARO, mas não
para os confins da morte e sim, para demonstrar a todos,
que a fé no trabalho e a dedicação
com nossa gente, jamais sairá do coração
dos que habitam estas verdoengas plagas que ele tanto amou.
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Genaro
Morroni e família no CTG na festa de aniversário
de casamento ao lado da companheira da. Luiza. (Acervo
de José Orlando Morroni) |
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Prédio
onde funcionou a casa A Micelânea.(Foto Sérgio
Oliveira) |
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