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Consumidor
Telefonia celular terá novas regras nesta semana; entenda o
que muda
Haverá novos prazos para contas atrasadas e créditos
pré-pagos.
Empresas terão 24 horas para cancelar o serviço após
o pedido do usuário.
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As regras sobre
o uso de telefones celulares vão mudar a partir da desta quarta-feira
(13). O objetivo das mudanças é adequar o atendimento
das operadoras de telefonia ao Código de Defesa do Consumidor
e reduzir o número de reclamações do setor.
Com as mudanças fixadas pela Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), os clientes terão mais facilidade para cancelar a linha
do celular, maior proteção contra cobranças indevidas
e mais prazo para usar créditos em aparelhos pré-pagos.
Apesar de as mudanças ampliarem os direitos dos consumidores,
o Procon diz que o usuário deve prestar atenção
ao serviço das operadoras - uma vez que a maioria das reclamações
atualmente não são das regras em si, mas do fato de elas
não serem cumpridas. “O novo regulamento corrige várias
distorções. Resta saber se as empresas vão cumprir
essas regras”, diz Selma do Amaral, do Procon-SP.
Cancelamento da linha
Hoje, uma das principais reclamações dos usuários
de telefones celulares é a dificuldade em cancelar uma linha.
Pelas novas regras, as empresas terão 24 horas para cancelar
o serviço após o pedido do usuário, o que poderá
ser feito em qualquer loja autorizada, e não apenas pelo atendimento
telefônico.
Aumentou também
a punição para as operadoras que cobrarem valores a mais
dos usuários. Essa é a principal reclamação
registrada em 2007 pelo Procon de São Paulo. Agora, o dinheiro
terá de ser devolvido em dobro, com juros e correção
monetária, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor.
Outras mudanças, no entanto, vão ficar para mais tarde.
É o caso da portabilidade, que permite ao cliente trocar de plano
e operadora sem perder o número do telefone. Nesse caso, o benefício
só estará disponível para os consumidores a partir
de agosto deste ano (nas maiores cidades, somente em março de
2009).
As empresas também
terão um prazo mais longo para melhorar o atendimento pessoal
ao usuário, o que só deve se tornar realidade a partir
de 2010.
Pré-pago
Segundo dados da Anatel, o país tem hoje mais de 120 milhões
de celulares, a maioria (81%) pré-pago. Por isso, haverá
mudanças específicas para esses usuários.
As operadoras serão obrigadas a oferecer créditos pré-pagos
com validade de até 180 dias. Hoje, elas oferecem no máximo
90 dias. Além disso, as empresas terão de revalidar os
créditos antigos toda vez em que o celular for recarregado.
Quem ficar sem créditos, poderá continuar recebendo chamadas
de outros telefones ou realizar ligações a cobrar por
um prazo de 30 dias. Depois desse prazo, todos os serviços serão
bloqueados, com exceção das ligações gratuitas
de emergência (polícia e bombeiro, por exemplo).
Somente depois de mais 30 dias o cliente poderá perder o número
do telefone, mas terá de ser comunicado com antecedência
pela operadora.
Pagamento da conta
Para os clientes de telefones pós-pagos, haverá aumento
nos prazos para contagem da inadimplência. O usuário ficará
impedido de realizar chamadas 15 dias após o vencimento. Após
45 dias, também deixa de receber chamadas. Depois de 90 dias,
a operadora poderá rescindir o contrato.
Depois disso, a empresa terá de notificar o consumidor e esperar
mais 15 dias antes de encaminhar o nome do devedor ao serviço
de proteção ao crédito.
A prestadora também só poderá cobrar chamadas realizadas
há mais de 60 dias após negociação com o
usuário. O prazo anterior era 90 dias.
O cliente do pós-pago
também poderá solicitar, a cada seis meses, uma simulação
para comparar o seu plano com os outros oferecidos pela operadora. A
comparação será feita com base nas ligações
feitas nos últimos três meses. Dessa forma, ele poderá
saber se escolheu o melhor plano para suas necessidades.
Reclamações
Apesar das mudanças, o Procon de São Paulo diz que é
preciso melhorar também a informação ao cliente,
pois a maioria dos problemas começa na hora da venda do aparelho.
“Na loja,
a venda é toda focada no aparelho, e não no plano de serviço.
Às vezes, o consumidor é levado a adquirir um plano com
benefícios que ele nem vai utilizar”, diz Selma do Amaral,
do Procon-SP.
A Associação
Nacional das Operadoras Celulares (Acel) informou que “as operadoras
celulares vêm trabalhando incansavelmente, desde agosto passado,
para concluir todas as alterações necessárias para
o atendimento às novas regras”.
“Para que
essas mudanças estejam plenamente implementadas têm sido
necessárias complexas alterações em processos e
sistemas de TI, automação e redes, aquisição
e implantação de novos equipamentos e capacitação
de pessoal para operá-los”, diz a Acel.
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