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Prova de propriedades nos Campos Neutrais

Quando portugueses e espanhóis aqui chegaram, encontraram, entre os primitivos habitantes, uma civilização estacionada na Idade da Pedra (paleolítico e neolítico) deixando suas marcas na madeira, nos ossos, na pedra e esta foi a que chegou até nós, sendo que os primeiros desapareceram, em sua grande maioria, no tempo.Também foram prodigiosos em vocábulos para designar pessoas, fatos ou acidentes geográficos que ainda perduram por todo o nosso território, nas línguas pampeanas, tupi-guarani e até dos longínquos aimaras e quíchuas, dos alterosos Andes.

Isto dito, vamos marcar a presença na voz dos povos ibéricos e na grafia européia, no que ficou denominando com as expressões que cito acima, conforme as regras de nosso vocabulário. "Todas as palavras de origem dos naturais com som de ch devem ser grafadas com x e não como o fizemos anteriormente". Isto era afirmação do grande professor Blotta e agora do mestre em português no Estado que é o professor Edson de Oliveira e por isso, que enquanto os uruguaios o fazem com ch, nós devemos escrever o nome Xuí com x.
Os silvícolas não tiveram a oportunidade de registrar suas propriedades na escrita e por isso o fizeram com seus restos deixados ao tempo e o maior símbolo de sua Propriedade Coletiva foi o Cerrito, dito em português, e original da terra, sambaquis (restos de comida ou conchas), em local onde acampavam e aí deixavam seus restos, inclusive despojos mortais. Por isso, eram confundidos com cemitérios, o que não corresponde a verdade, já que o local prestava-se para desenvolverem sua vida cotidiana, como comida, restos de objetos e também os mortos.
Esta foi a primeira afirmação de propriedade dos primitivos habitantes, entre eles o Homem do Cerrito, Charruas, Minuanos, Arachãs e muitos outros, além dos inicialmente contatados no naufrágio de Martin Afonso, em 1532.
O segundo segmento de prova da posse da terra são as Cartas de Sesmarias, títulos de propriedade que os governantes locais, em nome do rei de Portugal, depois do Brasil, e que em nossa terra foram distribuídos desde o centro do governo português que era o forte Jesus, Maria e José, que depois veio a tornar-se a cidade de Rio Grande.
As primeiras Sesmarias que foram dadas estavam doadas a grandes figuras que ajudaram na colonização, inclusive Cristóvão Pereira de Abreu, homem que forçou a construção do império luso nesta parte austral da América, mas que não teve terras dadas aqui, nos Campos Neutrais.
No livro "Colonização e Propriedade de Terras no Rio Grande do Sul" de Sebalt Rüdiger, com especial destaque para o século XVIII, afirma que, baseado em Cartas de Sesmarias, João Gomes de Mello recebeu terras em Curral Alto que vinham até a fronteira sul em 19/09/1737; Antônio Rois Sardinha, também em Curral Alto, em 1743, Estevan da Silva em Saquarubu (lagoa Mangueira) em 1748, entre os primeiros. Era de notar que a grande maioria foi de militares, principalmente do grupo dos Dragões, que estacionados no forte, passavam muito tempo sem receber seus salários, comida e roupas e que para compensá-los de tal penúria, acenavam-lhes com grandes extensões de terra. Dessa forma, inclusive, existe na região oeste do município um grande banhado, hoje quase todo drenado, com o nome dessa figura mitológica e que na realidade, foi dado por causa do fato acima.
Um documento histórico de propriedade da viúva Albertina Terra de Oliveira mostra, neste trabalho, o que era uma Carta de Sesmaria, dada pelo imperador Dom Pedro I a Serafim dos Anjos França, na região denominada Arroito e que vinha da parte norte do município até a divisa com o arroio dos Provedores datado em 26 de fevereiro de 1824 e transmitido ao beneficiário por Dom Diogo de Sousa.
Dessa maneira podemos atestar que os nossos índios deixaram perpetuado em forma de Cerritos, os Sambaquis, que atestam em forma geográfica o local onde se estabeleciam para sua vivência, principalmente à beira de banhados, cursos de água ou lagoas, que os portugueses, depois os brasileiros, principalmente de 1700 até meados de 1800 , registraram suas propriedades em Cartas de Sesmaria, com normas fundiárias, onde viriam localizarem-se os Campos Neutrais e adjacências.

Abertura de um Cerrito ou Sambaquis, no Serro de São Miguel, hoje no Uruguai

:: Pergunta da Semana ::

O que é Xale-Xale (em espanhol - Chale-Chale)?



Carta de Sesmaria dada a Serafim dos Anjos França na localidade do Arroito, em Santa Vitória do Palmar, pela autoridade máxima da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Dom Diogo de Sousa, por expressa vontade do soberano Dom Pedro II em fevereiro 1824

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Homero Suaya Vasques Rodrigues
homero@planetsul.com.br